quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ampliação requer cuidados

<br /><b>Crédito: </b> Fabiano do Amaral

Crédito: Fabiano do Amaral


O elogiado filme argentino "Medianeras", que passou recentemente em Porto Alegre, reúne de forma original dois protagonistas: a solidão e a arquitetura. Mostra um perfil de Buenos Aires que geralmente os turistas não veem, o feio. Ruas com fios elétricos pendurados por todos os lados e paredões de edifícios com janelas caóticas, com tamanhos, formatos e materiais diferentes. Conforme o Código Civil daquele país, as medianeras - paredes sem janelas voltadas para o prédio ao lado - não podem ser alteradas. Aberturas, somente conforme a construção original. Por causa disso, muitos vivem sufocados em apartamentos escuros. Até que um morador se rebela e faz uma abertura na parede e é imitado por outros.

Não somente a Capital da Argentina reúne bizarrices urbanísticas desse tipo, com edifícios de gosto duvidoso aqui e ali. Quem olha Porto Alegre com mais atenção, já percebe o quanto ela está se tornando "esteticamente feia", como argumenta o arquiteto e urbanista Sérgio Horst. Nos bairros mais antigos, como o Centro Histórico e a Cidade Baixa, há terrenos baldios mal cuidados, calçadas esburacadas, prédios sem manutenção, entre outras mazelas características de cidades grandes não planejadas.

Somando-se a isso, não há como ficar indiferente a um novo cenário que surge: os "puxadinhos", que podem ser verticais, no topo das edificações, ou térreos, e que geralmente não seguem padrão arquitetônico algum. Para completar, multiplicam-se as grades de proteção que tomam conta das calçadas, dificultando a locomoção dos pedestres.


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