quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mapa irá rastrear fertilidade do solo de Porto Alegre





Cláudia Rodrigues Barbosa


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Um dos pontos com solo mais fértil fica no cruzamento entre as avenidas Ipiranga e Azenha
Um dos pontos com solo mais fértil fica no cruzamento entre as avenidas Ipiranga e Azenha
A esquina formada pelo cruzamento entre as avenidas Ipiranga e Azenha é um dos pontos da Capital onde o solo apresenta nível de fertilidade acima do considerado satisfatório, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Com previsão de entrega em dezembro, o Mapa de Fertilidade do Solo Urbano de Porto Alegre pesquisou amostras de terra coletada em todos os bairros da cidade durante três anos.

O estudo permite identificar a qualidade do terreno para projetar plantio e criação de jardins em espaços públicos e privados, “visando a economizar com a aquisição de materiais muitas vezes desnecessários, como terra vegetal”, afirma o engenheiro-agrônomo Luiz Antônio Piccoli, da Smam. Como coordenador da ação realizada mediante convênio com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, ele detalha que, na zona próxima ao referido ponto, foram encontrados em grande escala os elementos nutritivos mais importantes no solo, como potássio, fósforo e nitrogênio.

Tal fator explicaria, em parte, o motivo pelo qual os ipês-roxos da esquina da avenida Ipiranga com a rua Santana reagiram diferente mente dos outros exemplares da espécie ao veranico de agosto, mantendo uma floração mais longa que o habitual. Neste ano, os ipês-roxos floresceram antes por conta da sequência de dias com a temperatura chegando a 30 graus no inverno.

“Ali a flor durou mais. É como se essas árvores fossem mais saudáveis do que as outras e conseguissem se defender melhor das variações dos termômetros, já que as estações do ano não são mais tão bem definidas”, diz o engenheiro-agrônomo. Piccoli contextualiza que os ipês demonstram imediatamente o quanto são sensíveis às mudanças climáticas. “Quando está frio, a planta diminui a trajetória da seiva e entra num descanso vegetativo. Quando faz calor, ocorre o processo inverso. E isso altera a floração, fazendo-a chegar antes ou depois do esperado”.

Apesar do choque térmico sofrido, ele garante que a vegetação não foi prejudicada. “Porto Alegre possui uma beleza ímpar de arborização, e agora sabemos que o solo é realmente muito fértil em vários lugares. O maior mal que se pode fazer às árvores é quebrar seus galhos ou depredá-las”, avisa.


Fonte:  http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=102740

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