Alteração na rentabilidade da caderneta precisará
de apoio do Congresso Crédito: VINÍCIUS RORATTO / CP
MEMÓRIA
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Brasília - A presidente Dilma Rousseff inicia nessa semana
uma rodada de reuniões com centrais sindicais, empresários e Conselho Político.
O foco é reforçar a necessidade de medidas para garantir o crescimento econômico
do país. A estratégia para esses encontros foi discutida ontem entre o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente.
A senha para novas mudanças na
economia foi reforçada com a sinalização do Banco Central (BC), na semana
passada, de que os juros podem continuar caindo. Entre as medidas que o governo
estuda está a redução da rentabilidade da caderneta de poupança. Os estudos do
governo estão concluídos e a avaliação está apenas na definição do timing para a
divulgação da proposta.
Hoje, Dilma se reúne com líderes governistas e
partidários, que formam o Conselho Político. Em seguida, ela terá um encontro
com sindicalistas. No início da tarde, está prevista uma reunião com
empresários. Embora a situação do Brasil esteja distinta dos países europeus, um
agravamento da crise na zona do euro, com mais países sendo arrastados para a
recessão, força o governo a buscar saída para o aumento da produção e do
fortalecimento do mercado interno.
Apesar de o governo trabalhar com a
expectativa de um crescimento de 4,5%, a sondagem do mercado revelada na última
pesquisa Focus, do BC, estima um crescimento de 3,2% do Produto Interno Bruto
(PIB).
Esse é o momento ideal para a presidente colocar o que pretende
como resultado de sua política econômica. Ela desfruta de uma elevadíssima
popularidade que dá amparo à intensidade de suas posições contrárias à alta dos
juros e dos spreads bancários. Como se trata de uma matéria polêmica e que
depende do apoio do Congresso para sua aprovação, o governo precisa eliminar as
barreiras políticas e desconstruir o discurso da oposição de que está alterando
o rendimento da poupança, como fez o ex-presidente Collor.
Paralelamente,
Dilma mantém no ringue as instituições financeiras, que na sua avaliação podem
baratear o custo dos empréstimos. Apesar disso, o governo se preocupa em não
desestruturar o mercado financeiro, principalmente os fundos de investimento
que, com a redução dos juros, perdem atratividade.
Ainda não se percebe
uma migração forte dos recursos dos fundos para a poupança, mas uma queda mais
acentuada dos juros obrigará a uma redução da tributação dos fundos.
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