quinta-feira, 26 de julho de 2012

Abecip reduz projeção de alta do crédito imobiliário


Agência Estado

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) diminuiu em 7,7% a estimativa de crescimento do crédito imobiliário em 2012. Com isso, a entidade espera que o volume de financiamentos chegue a R$ 95,9 bilhões até o fim do ano, ante previsão anterior de R$ 103,9 bilhões. De acordo com a nova estimativa, o crédito imobiliário em 2012 deve ter uma alta de 20% em relação a 2011, quando o volume de financiamentos chegou a R$ 79,9 bilhões.

O presidente da Abecip, Octávio de Lazari Junior, lembrou que, desde o início do ano, houve queda nas expectativas de crescimento da economia brasileira para 2012. Segundo dados do boletim Focus, do Banco Central, a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em janeiro era de 3,3%, caindo para 1,9% em julho.

Previsão de melhora no crédito no segundo semestre

Lazari atribuiu a desaceleração no volume de financiamentos imobiliários ao longo de 2012 ao menor crescimento da economia brasileira, associado à redução no total de novos empreendimentos lançados pelas incorporadoras ao longo do primeiro semestre. "As incorporadoras se voltaram para si mesmas e concluíram que não poderiam crescer no mesmo ritmo. Os últimos balanços mostram que elas foram penalizadas", disse.

Nos últimos 12 meses encerrados em junho, segundo a Abecip, o volume de financiamentos chegou a R$ 79,954 bilhões, equivalente a um avanço de 15,3%. Os dados acumulados dos últimos 12 meses mostram que os financiamentos passam por uma desaceleração desde o início de 2012. Em janeiro, a alta acumulada em 12 meses foi de 39,6%, passando para 31,0% em março e 20,1% em maio.

Já para a segunda metade do ano, Lazari acredita que o crédito imobiliário deve apresentar uma melhora, com boa parte do volume de lançamentos de projetos das incorporadoras concentrado nesse período. "Vamos acompanhar os próximos lançamentos. O segundo semestre deve ser melhor", disse.

Lazari avaliou que o ciclo de redução das taxas de juros já foi sentido no setor, com forte queda dos juros dos financiamentos concedidos pelos bancos públicos - Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Questionado, ele acredita que os bancos privados também já têm condições de baixar os juros. "Na prática, isso já está acontecendo. Nos últimos seis meses, houve redução", ponderou, estimando a possibilidade de novas quedas nas taxas das instituições privadas. "O comprador de imóveis faz um comparativo entre as taxas e mostra disposição em negociar", disse.


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