Discurso de Bernanke, presidente do Fed, sobre economia dos EUA levou volatilidade ao mercado Crédito: karen bleier / afp / cp
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São Paulo - O vaivém das expectativas com o depoimento do presidente do Fed (Banco Central americano), Ben Bernanke, sobre as condições da economia e da política monetária dos Estados Unidos no Comitê de Bancos do Senado refletiu no câmbio do mundo inteiro, inclusive por aqui. O dólar comercial no balcão fechou a R$ 2,027 com perda de 0,44%. A queda no valor da moeda ante o real já ocorre pela quarta vez seguida. O dólar começou a diminuir a cotação na quinta-feira da semana anterior. Com o rompimento para baixo da marca de R$ 2,03, depois de melhoradas as expectativas no exterior e absorvida a saída de dólares, surgiu no mercado a percepção de que se não houver novas notícias ruins do exterior, lentamente a divisa caminhará para encostar na faixa dos R$ 2,00. Se isso se confirmar, devem ser retomadas especulações em torno das atuações do Banco Central.
Ontem, os investidores estavam de olho nos Estados Unidos e operaram na expectativa de que Bernanke sinalizasse a adoção de nova medida de estímulo à atividade. Num segundo momento, mostraram-se decepcionados com a falta de indícios de ações no curto prazo. Por fim, foi retomado um certo otimismo diante da declaração de que o Fed está disposto a agir. A instituição incluiu entre as possibilidades outro programa de compra de bônus, conhecido como relaxamento monetário quantitativo (QE, na sigla em inglês). Entre os riscos para a economia americana, Bernanke destacou tensões relacionadas à crise na Europa e o caminho insustentável da política orçamentária americana. "Em parte, a desaceleração do crescimento na produção e nos investimentos de capital parecem refletir estresses econômicos na Europa, que, junto com o esfriamento da economia de outros parceiros comerciais, está limitando a demanda dos exportadores dos EUA."
Além das notícias do exterior, no mercado doméstico o destaque do dia ficou com o volume de dólares negociado. Na clearing de câmbio da BM&F, no final da tarde, o valor era de 2,9 bilhões. A movimentação foi ampliada por uma operação de saída de recursos pelo segmento financeiro, que, junto com a frustração inicial sobre o discurso de Bernanke, ajudou a levar o dólar à máxima de R$ 2,04 no balcão durante o dia. "Deu para perceber o movimento mais forte pelo cupom cambial (taxa de juros em dólar)", observou um operador. A taxa que estava em 0,93% quase no fim do pregão chegou a bater na máxima de 1,24%, mas fechou o dia em 1,1%.
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