Agência Brasil
O aumento do endividamento das famílias é devido "em boa parte à expansão dos
financiamentos habitacionais", avaliou hoje (26) o chefe do Departamento
Econômico do Banco Central, Tulio Maciel.
De acordo com Maciel, em janeiro de 2009, o
volume total das dívidas das famílias em relação a um ano de renda correspondia
a 32,15%. Em abril deste ano, o percentual ficou em 43,3%. Ao ser retirado desse
cálculo, o endividamento das famílias com o financiamento habitacional passou de
27,2%, em janeiro de 2009, para 31,2%, em abril de 2012.
"Isso é uma evidência de que grande parte
do crescimento do endividamento decorre da expansão do crédito imobiliário que é
algo positivo. As famílias estão constituindo patrimônio, tendo melhoria de
qualidade de vida", destacou Maciel.
Maciel argumentou ainda que a expansão do
crédito no país vem acompanhada do crescimento da renda das famílias. "Tem um
aumento expressivo de emprego e também melhoria de salários. O crédito cresceu
porque a capacidade de pagamento das famílias permitiu isso", acrescentou.
De acordo com Maciel, o comprometimento da
renda mensal das famílias com o pagamento de dívidas com o sistema financeiro
"tem mostrado estabilidade desde o primeiro semestre do ano passado". Em janeiro
de 2010, o percentual era 19,7%. No mesmo mês do ano passado, chegou a 19,8% e
subiu para cerca de 22% em agosto do ano passado. Em abril de 2012, esse
percentual ficou em 22,1%.
A redução no valor que as pessoas precisam
desembolsar, por mês, para pagar as dívidas ocorre porque os prazos para
pagamento estão maiores, influência do crescimento do financiamento
habitacional. Com os prazos maiores, as parcelas dos financiamentos também ficam
menores. Outro fator, continuou Maciel, para a diminuição do comprometimento da
renda é a redução das taxas de juros.
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