quarta-feira, 25 de julho de 2012

Medidas econômicas: vendas aquecidas



efeito elástico: valores dos imóveis em Porto Alegre vêm aumentando de 25% a 30% ao ano<br /><b>Crédito: </b> Pedro revillion
efeito elástico: valores dos imóveis em Porto Alegre vêm aumentando de 25% a 30% ao ano
Crédito: Pedro revillion
Com um começo de ano promissor, a venda de imóveis na imobiliária A3 estagnou nos dois últimos meses do primeiro semestre de 2012. Um dos motivos apontados pela direção é a crise econômica internacional. Entretanto, a proximidade das eleições e a expectativa do anúncio de medidas que acelerem a economia devem movimentar o mercado imobiliário neste segundo semestre.

Para o diretor da A3 Jacques Scherer, a guerra contra os juros declarada no início do ano pela presidente Dilma Rousseff e a redução de impostos tornaram os primeiros quatro meses do ano extremamente promissores em termos de venda de imóveis. Entretanto, em meados de maio a imobiliária já registrava queda na comercialização. "Houve uma redução na velocidade das vendas. Estamos atendendo menos pessoas, mas isto é reflexo de uma série de fatores", aponta Scherer. O principal, na opinião do diretor, é o atual cenário internacional, a crise econômica, que mexeu com mercados dos Estados Unidos, Europa e China.

O preço dos imóveis também é citado pelo empresário como um dos vilões da queda nas vendas. Segundo ele, a partir dos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma, vem ocorrendo o que se chama de efeito elástico nos valores dos imóveis, que aumentaram de 25% a 30% ao ano. "Então, em três anos registramos um aumento de 100% nos imóveis, enquanto que o salário aumentou o quê? 30%? Ou seja, o bolso não acompanha esse aumento; o poder aquisitivo das pessoas está no limite", contesta.

Além desses fatores, Scherer cita ainda a demanda reprimida, o inverno (época em que as vendas sempre caem), as férias, que também influenciam no resultado das vendas no semestre. "Tínhamos uma expectativa de 30% a 35% de aumento em relação ao primeiro semestre de 2011, mas o percentual ficou em 15%", indica.

Em termos de locação de imóveis, o empresário explica que o termômetro é sempre o mesmo: quando a venda vai bem, os aluguéis caem. "Atualmente, existe uma oferta expressiva no mercado, mas a demanda é baixa", relata Scherer. Os motivos, segundo ele, são basicamente os mesmos da venda. Além disso, as exigências como fiador, renda três vezes superior ao valor do aluguel, entre outras, sempre dificultam o processo. "Nesse caso também tivemos um aumento de preços nos últimos três anos. Em 2010, alugávamos um apartamento de um dormitório por R$ 600 ou R$ 700. Hoje, o mesmo imóvel custa entre R$ 1200 e R$ 1500", exemplifica.

A expectativa é que haja uma modificação neste cenário ainda neste segundo semestre em função das eleições, de acordo com o empresário. "É um período em que o governo sempre anuncia medidas de aceleração da economia. Deve haver uma acomodação nos preços. Isto traz bons negócios para o mercado imobiliário", frisa. Para ele, isto vem motivando construtoras a adiar o lançamento de grandes projetos no mercado. "Estão apostando num melhor desempenho das vendas a partir do período eleitoral", finaliza Scherer.


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