Agência Estado
O temor com a perda do controle dos gastos é uma das principais barreiras
para o uso do cartão de débito pelos consumidores em suas compras, mostrou o
"Estudo sobre o mercado de cartão de débito no Brasil" divulgado nesta
terça-feira pela Mastercard para identificar as tendências desse mercado. Mesmo
assim, o uso do cartão de débito registrou o maior crescimento entre os meios de
pagamento mais utilizados, a uma média de 25% ao ano entre 2006 a 2011, enquanto
o uso do cartão de crédito avançou à média de 22%. A Mastercard estima que a
base de transações poderá expandir-se dos R$ 200 bilhões atuais para entre R$
370 bilhões e R$ 493 bilhões em cinco anos.
O vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Mastercard para o
Cone-Sul, Alexandre Magnani, observou que o potencial de expansão do uso do
cartão de débito nas compras feitas em estabelecimentos comerciais é grande,
apontando para os dados sobre o tipo de meio de pagamento mais utilizado pelos
consumidores. De acordo com a pesquisa, 82% das transações de débito são feitas
nos caixas eletrônicos e apenas 18% nas lojas. Magnani comparou os números ao do
mercado norte-americano, onde 76% das transações com cartões de débito são
realizadas nos estabelecimentos comerciais; e ao Argentino, onde esse porcentual
é de 33%.
Entre diversas formas de pagamento, a pesquisa mostrou que o cartão de débito
continua sendo o segundo na preferência do consumidor, e a diferença para o
dinheiro, primeiro colocado, está diminuindo. A pesquisa mostra que de 2005 a
2012, a preferência pelo débito avançou de 26% para 34% entre os
consumidores.
Magnani disse que ao lado da cautela com as despesas, o uso dos cartões é
inibido também pelo hábito e agilidade no pagamento das compras em dinheiro e
por temores relacionados à segurança. Os consumidores indicaram ainda que estão
interessados em promoções, sorteios e pontuações.
Por conta disso, Magnani disse que a Mastercard trabalha em algumas frentes
para estimular o aumento do uso do cartão de débito. O controle de gastos, por
exemplo, já está sendo utilizada por alguns bancos emissores junto a parte de
seus clientes pessoas jurídicas. Segundo Magnani, esse sistema ficará mais
evidente aos consumidores em 2013, quando estiverem concluídos os estudos para
estabelecer parâmetros para reger os controles. A ideia é que o usuário receba
via SMS em seu celular mensagem sobre o saldo remanescente em sua conta.
Outra forma de controle mais sofisticada seria o display card, cartão com um
cristal líquido, permitindo consulta ao saldo remanescente após cada transação
no próprio cartão. Magnani disse que essa tecnologia ainda está em fase
embrionária de desenvolvimento.
A Martercard trabalha também com a possibilidade de pagamento por
aproximação, ou seja, sem necessidade de inserção do cartão de débito nas
máquinas de pagamento. É uma tecnologia que também está em estudo junto aos
bancos e às companhias adquirentes, uma vez que exigiria mudança das atuais
máquinas de pagamento.
Fonte: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=105017
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