PMs escoltaram os operários até o banco. Demissões foram em protesto
Crédito: TARSILA PEREIRA |
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O incêndio, na noite do último domingo, levou 150 operários da OAS a pedir demissão, ontem. Todos foram conduzidos, em ônibus cedidos pela empresa, até a agência do banco Santander, na avenida Farrapos, onde assinaram a rescisão e receberam o pagamento. Os ônibus foram escoltados por 60 policiais militares do Pelotão de Operações Especiais (POE) e da unidade das Rondas Ostensivas com apoio de motocicletas (Rocam), do 9 BPM.
Após assinar a rescisão, eles foram para a Rodoviária, onde embarcaram para os seus estados de origem. O deslocamento para o embarque também foi escoltado por PMs. Uma viagem que levará cinco dias. Os primeiros a embarcar tinham como destino São Luiz do Maranhão.
Aceitando falar com a reportagem do Correio do Povo, desde que não divulgasse o seu nome, um baiano, de 35 anos, estava revoltado com os colegas que atearam fogo nos alojamentos. Natural de Paulo Afonso, no agreste da Bahia, o operário indignado não poupou críticas aos "incendiários". "Rapaz, a gente não precisava passar por isso", afirmou. "Por uns poucos inconsequentes, todos estão sofrendo."
O baiano afirmou não ter nada contra a empresa, que o apoiou. A OAS, inclusive, lhe recomendou para uma outra obra, que ele começará assim que chegar no estado da Bahia.
Mais calmo, um pernambucano de 22, disse que também já tem trabalho, quando chegar em seu estado. O incêndio lhe prejudicou muito, pois ficou apenas com a roupa do corpo - uma calça de abrigo e uma camiseta, além de um par de havaianas parcialmente queimadas. Pai de dois filhos, uma menina de 2 anos e um garoto de 9 meses, ele afirmou que o incidente o fez tomar a decisão de ir embora. A família foi avisada da sua chegada. "O incêndio me fez decidir ir embora daqui", lamentou ele. "Mas temos que ir em frente."
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