Brasília - O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, criticou as propostas de alteração das características do FGTS, discutidas na subcomissão temporária criada ontem no Senado. Segundo Hereda, as propostas podem prejudicar os mais pobres, que se beneficiam da destinação dos recursos do FGTS em forma de investimentos em habitação para a baixa renda. Entre as propostas estão alterar os destinos dos investimentos do Fundo para novos setores, substituir o índice de referência da Taxa Referencial (TR) pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e distribuir parte do lucro anual do FGTS.
Sobre a distribuição de parte do lucro, Hereda apresentou números que questionam quem seriam os mais beneficiados. Segundo ele, 66% das contas do FGTS têm saldo menor do que um salário mínimo. Uma distribuição integral dos lucros do Fundo em 2011 resultaria em apenas R$ 3 por optante. Os mais beneficiados, diz ele, seriam os correntistas de 0,4% das contas do FGTS, que detêm 19% do patrimônio total. "Essa mudança contribui pouco para os mais pobres", avalia Hereda. Ele destacou ainda que uma mudança do indexador do Fundo poderia encarecer o financiamento habitacional. Explicou que, trocar o fator de correção atual de TR mais 3% para o IPCA elevaria o juro do empréstimo da casa própria de 9,8% para 14,3% ao ano. Assim, a parcela de um financiamento habitacional para a população de baixa renda subiria, por exemplo, de R$ 475 para R$ 634. "Quantas famílias ficariam de fora com a mudança?", diz. |
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sexta-feira, 30 de março de 2012
Caixa é contra mudanças no FGTS
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