Patricia Knebel
GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
Projeto colocará cidade no caminho do desenvolvimento em setores da administração pública
A cidade do pôr do sol do Guaíba, do Mercado Público e da Usina do Gasômetro é agora, também, a cidade da alta tecnologia. Com uma infraestrutura de acesso à internet que perpassa diversos bairros do município e a presença marcante de polos tecnológicos, universidades e empresas da nova economia - de multinacionais a startups -, a Capital gaúcha vê nascer uma vocação econômica cada vez mais próxima do que se pode esperar do futuro.
Um importante passo nesse sentido será dado nos próximos dias, quando a prefeitura municipal anunciará a criação de um Centro de Comando de Operações para Porto Alegre. O projeto é inédito e lembra a iniciativa lançada com pompa e circunstância no ano passado pelo Rio de Janeiro.
O assunto ainda é tratado de forma sigilosa pela administração municipal. Mas o que se sabe é que a ideia é garantir que os agentes públicos passem a controlar tudo que acontece na cidade de forma proativa, antecipando-se aos problemas. Isso vale para todos os serviços públicos com relação direta com os cidadãos, como Dmae e Guarda Municipal.
Esse modelo será possível devido a um processo de informatização que se iniciou há alguns anos. Na EPTC, por exemplo, foi implantando há quatro anos um centro de controle, através do qual a empresa passou a acompanhar as vias públicas em tempo real, monitorando a situação das sinaleiras e de incidentes na via.
No ano passado foi inaugurado o Centro de Monitoramento da Guarda Municipal. Hoje são 25 câmeras de monitoramento espalhadas em parques e praças da Capital, como Parcão e Redenção. No total, são mais de 300 instaladas na cidade.
Todos esses sistemas e outros novos que serão criados passarão a integrar o Centro de Comando de Operações, fazendo com que a cidade seja acompanhada 24 horas. O projeto não terá um parceiro tecnológico específico. Serão usadas algumas soluções da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) e outras contratadas junto ao mercado.
Iniciativas como essa demonstram que os gestores públicos locais começam a assimilar que já foi o tempo em que o número de pontos de acesso à internet em parques e pontos turísticos era o que definia o nível de digitalização de uma cidade.
O conceito evoluiu para o da criação de modelos que permitam a antecipação dos problemas que circundam a administração pública e criação de um ambiente propício para investimentos. Recentemente, a Capital gaúcha deu mais um indicativo de que caminha nessa direção. A prefeitura, através da Procempa, adquiriu o software Maximo Asset Management, da IBM, que passará a monitorar a gestão dos serviços públicos. O sistema será implantado inicialmente na Smov, Dmae e Dmlu.
Assim, será possível gerenciar obras e reparos que estão sendo feitos na cidade e administrar serviços públicos prestados aos cidadãos, como a rede de água e esgoto, o sistema de iluminação pública, pontes, parques e caminhões.
“Esse software traz um novo conceito de gestão de serviços terceirizados, permitindo um maior controle de áreas que são de responsabilidade do município, mas que estão sendo gerenciadas por outras empresas, como repavimentação de vias”, explica André Imar Kulczynski, diretor-presidente da Procempa.
O sistema está em fase final de testes e deve entrar em operação em abril. Na área de iluminação, sensores indicarão quando as lâmpadas estiverem por encerrar o seu ciclo de vida útil, permitindo a substituição antes que acabem queimando e, assim, causando problemas de apagão. A medição do consumo de energia também passará a ser feita de forma mais inteligente. “É um grande salto. Estamos tirando uso de ferramentas tecnológicas apenas da estrutura meio e colocando na atividade final, na ponta do sistema de gestão pública”, diz o gestor.
Um importante passo nesse sentido será dado nos próximos dias, quando a prefeitura municipal anunciará a criação de um Centro de Comando de Operações para Porto Alegre. O projeto é inédito e lembra a iniciativa lançada com pompa e circunstância no ano passado pelo Rio de Janeiro.
O assunto ainda é tratado de forma sigilosa pela administração municipal. Mas o que se sabe é que a ideia é garantir que os agentes públicos passem a controlar tudo que acontece na cidade de forma proativa, antecipando-se aos problemas. Isso vale para todos os serviços públicos com relação direta com os cidadãos, como Dmae e Guarda Municipal.
Esse modelo será possível devido a um processo de informatização que se iniciou há alguns anos. Na EPTC, por exemplo, foi implantando há quatro anos um centro de controle, através do qual a empresa passou a acompanhar as vias públicas em tempo real, monitorando a situação das sinaleiras e de incidentes na via.
No ano passado foi inaugurado o Centro de Monitoramento da Guarda Municipal. Hoje são 25 câmeras de monitoramento espalhadas em parques e praças da Capital, como Parcão e Redenção. No total, são mais de 300 instaladas na cidade.
Todos esses sistemas e outros novos que serão criados passarão a integrar o Centro de Comando de Operações, fazendo com que a cidade seja acompanhada 24 horas. O projeto não terá um parceiro tecnológico específico. Serão usadas algumas soluções da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) e outras contratadas junto ao mercado.
Iniciativas como essa demonstram que os gestores públicos locais começam a assimilar que já foi o tempo em que o número de pontos de acesso à internet em parques e pontos turísticos era o que definia o nível de digitalização de uma cidade.
O conceito evoluiu para o da criação de modelos que permitam a antecipação dos problemas que circundam a administração pública e criação de um ambiente propício para investimentos. Recentemente, a Capital gaúcha deu mais um indicativo de que caminha nessa direção. A prefeitura, através da Procempa, adquiriu o software Maximo Asset Management, da IBM, que passará a monitorar a gestão dos serviços públicos. O sistema será implantado inicialmente na Smov, Dmae e Dmlu.
Assim, será possível gerenciar obras e reparos que estão sendo feitos na cidade e administrar serviços públicos prestados aos cidadãos, como a rede de água e esgoto, o sistema de iluminação pública, pontes, parques e caminhões.
“Esse software traz um novo conceito de gestão de serviços terceirizados, permitindo um maior controle de áreas que são de responsabilidade do município, mas que estão sendo gerenciadas por outras empresas, como repavimentação de vias”, explica André Imar Kulczynski, diretor-presidente da Procempa.
O sistema está em fase final de testes e deve entrar em operação em abril. Na área de iluminação, sensores indicarão quando as lâmpadas estiverem por encerrar o seu ciclo de vida útil, permitindo a substituição antes que acabem queimando e, assim, causando problemas de apagão. A medição do consumo de energia também passará a ser feita de forma mais inteligente. “É um grande salto. Estamos tirando uso de ferramentas tecnológicas apenas da estrutura meio e colocando na atividade final, na ponta do sistema de gestão pública”, diz o gestor.
Articulação ainda é o maior desafio a ser vencido
As condições de Porto Alegre de viabilizar um ecossistema tecnológico propício para os investimentos de empresas na cidade são excepcionais, aponta o diretor do Tecnopuc, Roberto Moschetta. O parque tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) é um exemplo disso.
São cerca de 80 empresas, algumas de grande destaque internacional como HP, Microsoft e Dell, e mais de 5 mil pessoas trabalhando em setores de uso intensivo de tecnologia. Em alguns anos, será a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que deverá implantar na cidade o seu parque científico e tecnológico, reforçando ainda mais a condição da cidade de reunir investimentos de peso nessa área.
Para Moschetta, um dos grandes diferenciais de Porto Alegre é o fato de a cidade ter a infraestrutura de base moderna, através das redes de fibras óticas que foram lançadas há alguns anos. Além disso, existe uma série de pioneirismo nas ações que a municipalidade tem desenvolvido nesse setor, como a existência de empresa específica para atuar nessa área. “A Procempa transcendeu o projeto inicial, de ser uma prestadora de serviços para a administração pública, e passou a propor novas formas de conduzir a gestão da cidade”, elogia.
Porém, alguns grandes desafios ainda existem pela frente. E a questão da articulação, segundo Moschetta, é o maior deles. “Ainda precisamos de uma postura mais forte de toda sociedade de que queremos nos consolidar no mercado como uma cidade cada vez mais digital”, observa.
Cidades mundialmente bem-sucedidas nesses projetos assumiram essa postura e seguiram em frente até serem reconhecidas como tal. É o caso de Boston e todas as localizadas na região do Vale do Silício, nos Estados Unidos, além das asiáticas, como a Coreia do Sul.
O professor da Ufrgs e secretário de Inovação de Porto Alegre/InovaPOA, Newton Braga Rosa, destaca a experiência da cidade com os parques tecnológicos, que reúnem empresas de todos os portes para gerar conhecimento local. “Esses empreendimentos devem ser encarados como um verdadeiro Arranjo Produtivo Local (APL) e, nesse sentido, Porto Alegre está muito bem representada”, diz, citando o Tecnopuc e também o Tecnosinos, que fica em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre.
São cerca de 80 empresas, algumas de grande destaque internacional como HP, Microsoft e Dell, e mais de 5 mil pessoas trabalhando em setores de uso intensivo de tecnologia. Em alguns anos, será a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que deverá implantar na cidade o seu parque científico e tecnológico, reforçando ainda mais a condição da cidade de reunir investimentos de peso nessa área.
Para Moschetta, um dos grandes diferenciais de Porto Alegre é o fato de a cidade ter a infraestrutura de base moderna, através das redes de fibras óticas que foram lançadas há alguns anos. Além disso, existe uma série de pioneirismo nas ações que a municipalidade tem desenvolvido nesse setor, como a existência de empresa específica para atuar nessa área. “A Procempa transcendeu o projeto inicial, de ser uma prestadora de serviços para a administração pública, e passou a propor novas formas de conduzir a gestão da cidade”, elogia.
Porém, alguns grandes desafios ainda existem pela frente. E a questão da articulação, segundo Moschetta, é o maior deles. “Ainda precisamos de uma postura mais forte de toda sociedade de que queremos nos consolidar no mercado como uma cidade cada vez mais digital”, observa.
Cidades mundialmente bem-sucedidas nesses projetos assumiram essa postura e seguiram em frente até serem reconhecidas como tal. É o caso de Boston e todas as localizadas na região do Vale do Silício, nos Estados Unidos, além das asiáticas, como a Coreia do Sul.
O professor da Ufrgs e secretário de Inovação de Porto Alegre/InovaPOA, Newton Braga Rosa, destaca a experiência da cidade com os parques tecnológicos, que reúnem empresas de todos os portes para gerar conhecimento local. “Esses empreendimentos devem ser encarados como um verdadeiro Arranjo Produtivo Local (APL) e, nesse sentido, Porto Alegre está muito bem representada”, diz, citando o Tecnopuc e também o Tecnosinos, que fica em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre.
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