quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Construtoras aceleram ritmo após fim de greve em Porto Alegre

 

Setor faz 747 lançamentos e projeta dobrar número de empreendimentos até final do ano

       As emissões de cartas de habite-se voltaram a fluir em Porto Alegre após o fim do movimento Liberação Zero, realizado por engenheiros e arquitetos da prefeitura. Iniciada em abril, a paralisação foi encerrada em 10 de junho e, no mesmo mês, foram liberados 72 mil metros quadrados, quase nove vezes mais em comparação a maio.

       Em julho, o número foi ainda maior e chegou a 223,1 mil metros quadrados, três vezes a área de junho. Sem a greve branca dos técnicos, as construtoras também voltaram a acelerar novos empreendimentos imobiliários. Em junho – último mês com dados disponíveis – foram 747 lançamentos em Porto Alegre, quase o dobro do resultado de maio, mostra pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS).

       Apesar da reação, o primeiro semestre fechou com 1.576 lançamentos na Capital, queda de 24% ante igual período de 2010. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon/RS), Paulo Garcia, é possível dobrar o número de lançamentos no segundo semestre, tanto pela inexistência de barreiras burocráticas para a provação de projetos quanto pela reação do mercado.

       – Vamos ganhar o ano neste segundo semestre. É possível chegar a 4,5 mil lançamentos – acredita.
Garcia lembra que o ambiente do primeiro semestre, com a ameaça de inflação e medidas de restrição de crédito adotadas pelo governo federal, frearam o ímpeto do consumidor. Agora, lembra, além do novo aumento da taxa Selic, não há fatos novos que possam levar o comprador a adiar o negócio e a inflação começa a ser controlada. Assim, a despeito de as vendas em Porto Alegre também terem caído 38% no primeiro semestre, Garcia crê na possibilidade de uma forte recuperação no restante do ano.

       Para o secretário municipal de Obras e Viação, Cássio Trogildo, é possível que a liberação de cartas de habite-se ainda esteja sofrendo reflexos do Liberação Zero, mas por processos que pararam em etapas intermediárias de aprovação na prefeitura. No acumulado do ano, a metragem liberada é 18% inferior ao primeiro semestre de 2010, mas a comparação de julho com igual mês do ano passado mostra um aumento de 90%.

       – Se a queda de 18% ainda for reflexo do Liberação Zero, acredito em recuperação nos próximos meses, tendo em vista o número de julho – diz Trogildo, ressalvando a hipótese de uma demanda menor dos construtores.

       Assim como as cartas de habite-se, ponto final do processo construtivo, as declarações municipais (DMs), etapa inicial de qualquer projeto, também mostram reação. Segundo a Secretaria do Planejamento Municipal, julho encerrou com 386 DMs emitidas, 20% a mais ante o mês anterior, embora no acumulado do ano o resultado continua menor na comparação com 2010.

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