terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dilma promete agir, mas com cautela

 

       Brasília - A presidente Dilma Rousseff admitiu ontem que o Brasil não está imune à crise que abala os mercados mundiais. Ela salientou que é preciso seriedade por parte do governo em relação aos gastos, mas prometeu que serão tomadas as medidas necessárias para que o crescimento econômico continue.

       "Para a gente dizer que somos imunes à crise, é preciso a ação do governo, dos empresários e da sociedade. Uma ação de seriedade, de muita firmeza e, sobretudo, de percepção de que não podemos nesse momento brincar, sair por aí gastando o que não temos", argumentou. Mas a presidente afirmou que repudia todas as "soluções recessivas" para a crise, o que poderia contribuir para aumentar o custo social e afetar a oferta de empregos. "Buscamos o desenvolvimento sustentado, fiscalmente equilibrado e robusto, democrático, justo", disse após a assinatura de acordos com o premiê canadense, Stephen Harper.

       A presidente acrescentou, ainda, que é fundamental ter cautela e que o Brasil pode adotar novas medidas. "Não vou dizer para vocês sim ou não (sobre adoção de novas medidas). Mas não estou vendo nessa semana nenhuma medida", afirmou. Dilma, no entanto, garantiu que o país está preparado para enfrentar um agravamento da crise. Ela justificou sua avaliação citando o grande volume de reservas, o fato de os bancos brasileiros estarem "robustos", de o país ter depósitos compulsórios em quantidade suficiente para fazer frente a qualquer problema de crédito, e o forte mercado interno.

       De olho no motor do mercado interno, ela disse: "Temos que continuar consumindo... Não temos de parar de consumir, porque não passamos por nenhuma ameaça". Mas fez questão de enfatizar que não vivemos numa ilha "isolados do mundo".



Fonte: Correio do Povo - 09/08/2011 - p. 9

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