sexta-feira, 9 de março de 2012

Mulher fica com casa financiada

Mudança no programa habitacional do governo beneficia mães de família no caso de divórcio ou dissolução da união estável


 Escritura dos apartamentos populares do Minha Casa, Minha Vida será feita em nome delas<br /><b>Crédito: </b>  pedro revillion / cp memória
Escritura dos apartamentos populares do Minha Casa, Minha Vida será feita em nome delas
Crédito: pedro revillion / cp memória
 
 
 
A presidente da República, Dilma Rousseff, assinou uma medida provisória determinando que, em caso de divórcio ou dissolução de união civil estável, a propriedade da casa financiada pelo programa Minha Casa, Minha Vida ficará com a mulher. A decisão seria publicada ainda ontem, Dia Internacional da Mulher, em edição extra do Diário Oficial da União.

Dilma anunciou a decisão durante pronunciamento na cadeia nacional de rádio e TV. As novas regras valem para famílias beneficiadas pelo programa habitacional que têm renda de até três salários mínimos, faixa na qual o governo subsidia 95% do financiamento. A medida provisória prevê apenas uma exceção: quando o casal tiver filhos e a guarda for exclusiva do pai. Nesse caso, a propriedade da casa ficará com ele. Até a edição dessas novas regras, não havia nenhum dispositivo que determinasse quem deveria ser o proprietário em casos de divórcio.

Na quarta-feira, o governo anunciou que no ano passado foram aplicados R$ 10 bilhões no Minha Casa, Minha Vida, que visa à construção de 2 milhões de casas para a população de baixa renda. Nessa segunda fase, iniciada no ano passado, o governo diz que já contratou 929.043 moradias. O programa é uma parceria da União com estados, prefeituras, empresas e movimentos sociais com foco nas famílias com renda bruta de até R$ 1,6 mil, mas abrangendo aquelas cuja renda vai até R$ 5 mil.

No pronunciamento em cadeia nacional, a presidente disse: "Sinto alegria de chefiar um governo que tem o maior conjunto de programas de apoio à mulher na nossa história. Mas sei que governo e sociedade precisam fazer muito mais para a valorização plena da mulher". Admitiu que sua chegada ao comando do país representou um novo momento de valorização feminina.

"Em certas circunstâncias, a mulher continua sendo a mais pobre dos pobres, a mais sofredora entre os sofredores", afirmou a presidente da República, mas alertando que a mulher, mesmo sob uma dura condição de pobreza, é "a principal mola de propulsão para vencer a miséria", porque é o centro da família. Depois dessa análise, Dilma justificou o motivo de o seu governo dar importância especial a elas nos programas sociais. Dilma lembrou que 93% dos cartões do Bolsa-Família estão em nome de mulheres e que 47% dos contratos da primeira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida foram assinados por mulheres. "Esse percentual será ainda maior no Minha Casa, Minha Vida 2", ressaltou, lembrando que a escritura dos apartamentos populares será feita em nome da mulher.

Dilma afirmou que o seu governo, em relação às mulheres, tem procurado estimular os programas de capacitação, microcrédito e igualdade no emprego, citando várias ações e programas colocados em prática. "Temos procurado apoiar a luta das mulheres em todas as áreas, sejam elas cientistas, profissionais liberais, operárias ou empregadas domésticas", disse.


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