quinta-feira, 15 de março de 2012

Restauro não resiste a vândalos

Praça da Alfândega passa por obras de revitalização e já precisa de consertos. Smam tenta conscientizar população


Após lixação e pintura, bancos foram pichados e tiveram tinta descascada
Crédito: BRUNO ALENCASTRO


De um lado obras de restauração e de outro estruturas depredadas. Essa é a realidade da Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre. Em reforma pelo Programa Monumenta, o local está tendo as suas características da década de 40 retomadas, tornando o espaço mais agradável aos seus visitantes. Porém, todo o empenho e recursos que estão sendo investidos são simplesmente ignorados por vândalos. Uma prova disso são as condições de alguns bancos. Apesar de terem passado por lixação e pintura, muitos foram pichados ou tiveram a tinta descascada.

A coordenadora do Monumenta em Porto Alegre, Briane Bicca, vê a situação com total desolamento. "Infelizmente, essas pessoas não sabem o quanto de trabalho e de investimento é aplicado para tentar deixar o espaço em melhores condições para a utilização da própria população", afirmou. Em relação aos bancos, por exemplo, Briane lembrou que todos foram retirados, passaram por reformas e depois foram pintados. "Esse trabalho demorou meses e exigiu uma grande mão de obra", contou. Ela reconhece, porém, que esse é um problema cultural e que pouco pode ser feito. "Tentamos conscientizar as pessoas, mas é difícil", afirmou, lembrando que na Feira do Livro do ano passado um dos bancos foi queimado.

Para reduzir o índice de quase 70% de praças de Porto Alegre com algum equipamento depredado, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) lançou esta semana o projeto Coletivos Verdes. A iniciativa será voltada às escolas municipais próximas às áreas de lazer. A ideia é promover ações de educação ambiental e da manutenção compartilhada com parcerias.

De acordo com levantamento da Smam, das 167 praças que receberam melhorias no ano passado, 115 voltaram a ser alvo dos vândalos. "A meta é reduzir os gastos com o conserto de aparelhos e melhorar o convívio e o cuidado das pessoas com a natureza", destacou o titular da Smam, Luiz Fernando Záchia.

Para consertar brinquedos e bancos depredados, por exemplo, foram gastos quase 18 metros cúbicos de madeira - volume suficiente para equipar 59 praças básicas com um conjunto de, pelo menos, sete diferentes tipos de brinquedos, entre escorregadores, gangorras e balanços.

O presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal e ex-titular da Secretaria do Meio Ambiente, Beto Moesch, elogiou a iniciativa da prefeitura, acreditando que Porto Alegre precisa urgentemente dessa mudança. "É preciso entender o motivo de a cidade maltratar dessa maneira o patrimônio. Temos uma cultura de depredação nos parques e praças", disse Beto Moesch.


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