Arquiteto britânico conheceu residencial no Morro Santana e mudanças na condição das famílias
A nova realidade das famílias que viveram por 25 anos
cercadas por lixo, tendo como sustento a reciclagem em condições insalubres, com
dejetos escorrendo entre os becos e sob constante risco de incêndios, e hoje
moram em casas com água potável, energia elétrica e rede de esgotos pode servir
de exemplo para outras cidades do mundo. A expectativa é do prefeito de Porto
Alegre, José Fortunati, que convidou o arquiteto britânico Cameron Sinclair para
conhecer o residencial Nova Chocolatão, localizado no Morro Santana, zona
Leste.
Em Porto Alegre para palestrar em um seminário, a empresa fundada por Sinclair, em 1999, tem por objetivo ajudar pessoas em qualquer parte do mundo por meio de projetos e construção de unidades habitacionais. O primeiro trabalho desenvolvido pelo britânico foi na guerra do Kosovo, em 1999, que deixou 70 mil refugiados. Após a visita e depois de ver fotos de como era a vila antes, Sinclair questionou o prefeito sobre como a mudança ocorreu. Por fim, descreveu como interessante, sustentável e participativa a maneira como o governo municipal conseguiu ajudar as famílias. "A união entre a sociedade e o governo proporcionou inclusão e, diferentemente de outros países, foi um reassentamento, não houve conturbações", avaliou. De acordo com o secretário municipal de Coordenação Política e Governança Local, César Busato, a realidade da nova vila já havia despertado o interesse do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, representante da Organização das Nações Unidas (ONU) na Austrália. As 181 famílias, que agora dispõem de casas com dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro, além de água potável, energia elétrica e rede de esgotos, em ruas pavimentadas, iluminação pública, estação de tratamento de esgotos, quatro unidades de comércio e serviços, centro social e creche, podem ser referência para outras ações. "Criamos uma rede de sustentabilidade, com auxílio de ONG e empresas, que deu certo e deve servir para outras vilas de Porto Alegre como a Nazaré, Dique e Tronco", projetou o secretário. O loteamento está localizado em um terreno de 3,34 hectares doado pelo governo federal, e para a execução do loteamento foram investidos R$ 8,7 milhões nas unidades habitacionais e na infraestrutura do loteamento. Conforme Fortunati, as mudanças somente foram possíveis pela parceria estabelecida pela Rede para a Sustentabilidade da Chocolatão, composta por mais de 20 apoiadores. "Temos sobrados, escolas, unidade de saúde, creches e espaço para trabalho dos pais, enquanto as crianças estão sendo bem cuidadas. Com a participação da sociedade civil, trouxemos mais dignidade para todos. Um exemplo que pode ser seguido por outros lugares." |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.