Fábricas brasileiras já começam a fabricar o
chamado plástico verde Crédito: CP MEMÓRIA
|
|
A transição para uma economia verde, que segundo a ONU
poderá transformar o modo de vida de mais de 1 bilhão de pessoas, é um dos temas
centrais da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20. Visto muitas vezes como vilão, o setor industrial participa das
negociações. Um dos objetivos é obter o reconhecimento do governo brasileiro
para a certificação denominada Produção Mais Limpa (PmaisL). "Nossa intenção não
é tornar uma obrigação, mas um valor agregado. Principalmente porque todo o
mercado tem uma preocupação crescente de consumir um produto que seja
sustentável", explica o diretor do Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL),
Márcio Torres. O centro, ligado ao Senai e à Fiergs, surgiu em 1995 como
consequência da conferência da ONU realizada no ano de 1992, no Rio de Janeiro -
a Eco-92. Iniciativas semelhantes foram implantadas em outros 42
países.
Desde que foi criado, o CNTL - com sede em Porto Alegre - já
atendeu a mais de 500 empresas, não apenas do Brasil, mas também de outros
países da América Latina. "Muitas vezes, a empresa nos procura quando já tem um
passivo ambiental, uma situação que está incomodando", observa Torres. No
entanto, segundo ele, um movimento inverso tem sido constatado nos últimos anos.
"O que está acontecendo mais recentemente é que estão vindo empresas preocupadas
com a prevenção, o que seria o ideal."
O selo de PmaisL foi desenvolvido
a partir de metodologias preconizadas pela ONU. "Ele certifica que a empresa tem
na sua prática a Produção Mais Limpa e gera o mínimo de resíduos possível",
detalha o diretor do CNTL. Para o coordenador do Conselho de Meio Ambiente da
Fiergs, Torvaldo Marzolla Filho, a economia verde pode influenciar inclusive a
competitividade do Brasil no mercado internacional. "Hoje temos 1,1% das
exportações mundiais e cada vez mais o mundo lá fora vai querer ''segurar'' a
nossa produção", afirma. "Imaginamos que, junto com o certificado do CNTL,
dizendo que aquele produto foi feito desde a sua matéria-prima, passando por
toda a sua linha de produção, dentro dos preceitos aprovados e apoiados pela
ONU, teremos tranquilidade em manter nossa posição no mercado internacional",
avalia Marzolla, que participa da Rio+20.
Conforme um relatório da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado na última quinta-feira, a
indústria química reduziu em 47% suas emissões de CO2 nos últimos dez anos,
enquanto as geladeiras consomem 60% menos energia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.