segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Garagens no subsolo provocam reações

Contrários ao projeto destacam que ele contraria tendências mundiais

Uma das garagens subterrâneas seria construída no Largo Glênio Peres<br /><b>Crédito: </b> TARSILA PEREIRA
Uma das garagens subterrâneas seria construída no Largo Glênio Peres
Crédito: TARSILA PEREIRA

Visto como alternativa para desafogar o trânsito no Centro de Porto Alegre, os estacionamentos subterrâneos preocupam o arquiteto e urbanista Nestor Nadruz, que coordenou o Fórum de Entidades, o qual debateu a revisão do Plano Diretor da Capital. Ele define o projeto como "um desastre". "É um incentivo ao uso do carro, quando temos de fazer o contrário, como se faz na Europa", avalia o profissional.

Para Nadruz, os estacionamentos subterrâneos irão contribuir para degradar ainda mais o Centro Histórico. "É mais poluição, mais perigo e mais assaltos. Vão ocupar os espaços verdes com a colocação de automóveis", observa o arquiteto. Ele ressalta que o projeto vai na contramão de outra proposta aprovada no ano passado, que restringiu o tráfego de caminhões pesados na região central da cidade. Além disso, cita a proximidade com o Guaíba. "Terão de fazer paredões de concreto para conter as águas subterrâneas", comenta.

Coordenador do Fórum de Segurança da Região Centro, João Hélbio Carpes Antunes afirma que não é contra a ideia, mas que é necessário estabelecer critérios. "Quando se projetou o metrô, era justamente para que o pessoal não viesse de carro para o Centro. Há uma dubiedade de ações", disse. Ele ressalta que é difícil acessar determinados locais da região, como o Mercado Público, de automóvel. "Se colocar um estacionamento vai haver mais sufoco ainda", prevê.

Além disso, observa Antunes, as modificações no trânsito podem prejudicar empreendimentos já existentes. "Já existem bastantes garagens, mas algumas não se consegue acessar." Um dos locais sugeridos por ele é o Largo Zumbi dos Palmares (em frente à Secretaria Municipal de Turismo), de modo a não prejudicar o fluxo da área central da cidade. "O Centro não pode simplesmente virar um estacionamento para o Cais do Porto. Então, temos de ter uma visão um pouco mais ampla", afirma ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.