terça-feira, 9 de agosto de 2011

Construtoras relutam em cumprir exigências do programa Minha Casa, Minha Vida

Famílias de baixa renda da Capital podem não receber moradia 

       O programa Minha Casa, Minha Vida está ameaçado em Porto Alegre para a população com rendimento entre zero e três salários mínimos. As empreiteiras não mostram interesse na construção dos imóveis, sob a alegação de que o valor fixado pela Caixa Econômica Federal - R$ 55 mil para apartamento e R$ 53 mil para casa - é muito baixo, diante das exigências do edital.

       “O Ministério das Cidades faz exigências absurdas. O governo federal exige a edificação de imóveis amplos e dotados de energia solar”, exemplificou o diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart.

        Segundo ele, mesmo com os recursos disponíveis para as obras, dificilmente o cronograma será cumprido. “Com as exigências feitas, os lucros ficam ainda mais reduzidos, o que acaba por desmotivar a construção de imóveis de menor valor”, assinalou.

       Goulart ressaltou que desde o lançamento do Minha Casa, Minha Vida, apenas 192 unidades habitacionais foram entregues para famílias com renda de até três salários mínimos foram entregues. Os imóveis estão localizados no bairro Restinga, na zona Sul. ”Temos 54 mil famílias, com renda entre zero e três salários mínimos, cadastradas e aguardando moradias em Porto Alegre”, observou.

       O diretor estima que, até março, apenas mil imóveis estejam finalizados. “Precisamos zerar a lista antes da Copa do Mundo de 2014”, frisou. De acordo com levantamentos do Demhab, as construtoras têm preferência pela edificação de imóveis destinados às famílias com renda entre três e 10 salários mínimos. Goulart repassou, há mais de 180 dias, quatro terrenos públicos ao Fundo de Arrendamento Residencial da Caixa, prevendo a construção de dois mil imóveis para famílias de até três mínimos.

       “Quatro empreiteiras asseguraram o direito de construção, mas até o momento sequer confeccionaram o projeto”, enfatizou.

       Goulart teme que se o governo federal não flexibilizar, o Minha Casa, Minha Vida acabe por não cumprir sua função social. “Não podemos exigir que as construtoras construam os imóveis no carinho”, ressaltou.
Fonte: Correio do Povo - 09/08/2011 - http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=325243

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