domingo, 18 de março de 2012

Obra no ''X da Rodoviária'' pode começar em abril



Propostas para reformulação estão com o Executivo municipal

Obra na rodoviária pode começar em abril<br /><b>Crédito: </b> Pedro Revillion
Obra na rodoviária pode começar em abril
Crédito: Pedro Revillion
Considerado um dos principais problemas de mobilidade urbana em Porto Alegre, o chamado "X da Rodoviária", é responsável por congestionamentos e lentidões diárias no trânsito da Capital. Trata-se do cruzamento da avenida Júlio de Castilhos (continuada pela avenida Castelo Branco) com a Rua da Conceição (no acesso para a avenida Mauá). A solução é uma obra, cuja necessidade havia sido identificada há quase 40 anos e que somente agora poderá sair do papel.

A construção do viaduto e da estação de coletivos municipais no Complexo da Estação Rodoviária faz parte das benfeitorias relacionadas com os investimentos para a Copa do Mundo de 2014. São obras interligadas, mas executadas em diferentes momentos. Primeiro, a mais importante: o viaduto, que custará cerca de R$ 22 milhões.

O traçado do viaduto partirá da Júlio de Castilhos. A elevada começará na quadra entre a Coronel Vicente e a Rua da Conceição, passando por cima do viaduto que liga a avenida Castelo Branco com o acesso ao Túnel da Conceição, em direção aos bairros. Por fim, o viaduto despejará o tráfego que parte da Júlio, no Centro, direto na Castelo, ao lado da Rodoviária.

De acordo com a Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico (SMGAE), o processo de licitação está concluído. As propostas estão com o Executivo municipal. Os envelopes contendo os valores orçados pelas empresas proponentes deverão ser abertos nos próximos dias pela prefeitura para que se saiba quem fará a obra.

Experiência com a reforma do túnel será usada

Para o secretário Urbano Schmitt, passado o prazo para os recursos, natural aos trâmites licitatórios, o serviço poderá começar. "É possível que seja em abril." Acredita que, embora durante sua execução a obra produza alguns inconvenientes aos usuários, o resultado será bastante satisfatório. "A reforma do túnel nos serviu como experiência de manter o trânsito funcionando durante o andamento de uma obra", lembra.

A previsão de prazo para conclusão, estabelecida no edital, é de 12 meses. A ressalva, conforme o secretário, são os períodos chuvosos de outono e inverno, os quais poderão acarretar eventuais atrasos. "Nossa meta é entregar esta melhoria à cidade até, no máximo, dezembro de 2013", afirma Schmitt.

Já a construção da estação de coletivos municipais ainda não tem prazo definido para o seu início. A ideia, segundo a SMGAE, é interligar o Terminal Rodoviário e a plataforma da Trensurb com a nova estação, com acessos para pedestres pela calçada na Rua da Conceição.

Ideia lançada há 40 anos

Parece até difícil acreditar na ideia de que, há quase 40 anos, já se sabia que um viaduto da avenida Júlio de Castilhos para a Castelo Branco resolveria problemas de mobilidade em Porto Alegre. A prova de que não se trata de causo gaudério nem de lenda urbana é o testemunho do vereador João Antônio Dib, ex-prefeito da Capital, engenheiro civil e político com nove mandatos na Câmara Municipal.

"Estávamos em 1973. O prefeito era Telmo Thompson Flores e eu já trabalhava na Câmara", conta. João Dib lembra que, à época anterior ao restabelecimento da liberdade democrática, a política em Porto Alegre - bem como em todo o Brasil - era bipartidária: Arena X Movimento Democrático Brasileiro (MDB). "As obras de grande porte passavam por concorrências públicas, que deveriam ser aprovadas pelo Legislativo. O Executivo, então, mandou projeto, o qual circulou pela Casa por meses. Tinha a simpatia da Arena e também do MDB, mas não foi aprovado nem rejeitado. Simplesmente tramitou até vencer o prazo e, depois, foi esquecido", revela.

Viaduto homenagearia Costa e Silva

Aos 82 anos e com uma volumosa bagagem de conhecimento sobre a recente história da Capital, o vereador se recorda até do nome que a elevada receberia: "Iria se chamar viaduto Marechal Artur da Costa e Silva para ligar com a avenida Castelo Branco", afirma João Dib.

O batismo da obra seria por homenagem, e não por coincidência: Costa e Silva, nascido em Taquari, Rio Grande do Sul, havia sido sucessor do cearense Castelo Branco na Presidência da República. Ele tomou posse em março de 1967, durante os anos de ditadura militar no país.



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