sábado, 28 de abril de 2012

Gaúcho é mais arraigado à terra

Nova parte do Censo do IBGE de 2010 aponta que o Rio Grande do Sul tem 96,1% da população residindo no estado natal


Em Porto Alegre, tem menos gente de fora morando em função da desconcentração da economia
Crédito: RICARDO GIUSTI / CP MEMÓRIA

O Rio Grande do Sul concentra o maior percentual de pessoas naturais do Estado residindo em seu território. Os resultados gerais do Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 96,1% das pessoas que vivem no RS são gaúchas. O Ceará fica em segundo lugar nesse quesito (95,1%). "O RS é muito meridional e talvez essa seja a explicação de haver menos gente de fora morando aqui", esclareceu o supervisor de Informação do IBGE-RS, Ademir Koucher.

Ao mesmo tempo, Porto Alegre ficou em 18 lugar na proporção de pessoas de fora da cidade. Em 2010, 33,3% dos moradores não eram naturais do município. Nesse item, Palmas (TO) se posicionou na primeira posição (75%) e Florianópolis, na segunda (51,7%). Koucher avalia que a capital gaúcha apresenta um comportamento diferente do dado estadual por ser um grande centro urbano, que atrai muitas pessoas. Aliado a isso, está a baixa taxa de fecundidade de 1,75 filho por mulher em 2010, o que diminui o percentual de nascimento de porto-alegrenses. Há dez anos, o índice era de 2,17.

No entanto, a Capital gaúcha tem diminuído a concentração de moradores de fora. "Esse é um processo de desconcentração da economia. Antigamente, havia mais pessoas de fora morando em Porto Alegre, mas, agora, existem mais cidades desenvolvidas e maior diversidade de polos universitários", explicou Koucher.

Sobre a nupcialidade, o Rio Grande do Sul foi o segundo em proporção de pessoas com algum tipo de relação estável. Essas representam 54,3% no Estado. Santa Catarina estava em primeiro lugar, com 57%. Já na comparação com as 26 capitais, mais o Distrito Federal, Porto Alegre ficou em 11, com 47,5%. Curitiba apareceu em 1 (51%). Considerando-se a população unida oficialmente, o RS estava em 7 lugar, com 36,2% de casados, e o primeiro em proporção de separados judicialmente, com 2,6%.

Com relação à taxa de mortalidade infantil, de 2000 para 2010 caiu de 29,7? para 15,6%, o que representou um decréscimo de 47,6% na última década.

Com queda de 58,6%, o Nordeste liderou o declínio das taxas de mortalidade infantil no país, passando de 44,7 para 18,5 óbitos de crianças menores de um ano por mil nascidas vivas, apesar de ser ainda a região com o maior indicador. O Sul manteve os menores indicadores em 2000 (18,9%) e 2010 (12,6%).

Segundo o IBGE, na última década, a diminuição das desigualdades sociais e regionais contribuiu para a formação do quadro atual de baixa na mortalidade infantil e de maior convergência entre as regiões brasileiras. Todavia, ainda há um longo caminho a percorrer para que o Brasil se aproxime dos níveis das regiões mais desenvolvidas do mundo, em torno de cinco óbitos de crianças menores de um ano para cada mil nascidas vidas.


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