HOME RESORT: imóvel em Itajaí dividirá espaço com mais 100 prédios. Com este ritmo, Praia Brava também deve ficar sem sol à beira-mar Crédito: Procave / Divulgação / CP
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Mas se o fenômeno imobiliário proporcionou tanto dinheiro para construtoras e investidores, trouxe preocupação para os turistas e moradores, que se assustam com tantos edifícios altos na avenida Atlântida, que formam o "Cone de Sombra" sobre a praia, ou seja, à tarde é impossível se bronzear.
O executivo municipal busca há muito tempo soluções para o problema da falta de sol na faixa de areia. Uma delas seria avançá-la sobre o mar. Para isso, foram realizadas 90 audiências públicas e até mesmo um plebiscito, em 2002, para saber a opinião dos moradores, quando 70% deles mostraram-se favoráveis ao seu alargamento. Para o engenheiro Clóvis de Albuquerque Filho, a modificação trará benefícios a todos, mas faz um comentário: "Tem muita gente que prefere essa sombra após as 16h, quando curtem o mar sem preocupação", comenta.
Em janeiro deste ano, informa o secretário de Planejamento, Auri Pavoni, a prefeitura assinou contrato com a empresa americana Coastal Planning & Engineering, especializada em morfologia marítima, com matriz nos Estados Unidos e uma subsidiária no Brasil, em Florianópolis. Foi ela que venceu a licitação para o estudo técnico das jazidas de areia para uso na Praia Central. E já foi encontrada a jazida compatível que irá garantir que o mar continue com as mesmas condições de banho. "Será extraída a areia de uma distância de 14 quilômetros da beira, para fazer o aterramento", adianta Pavoni. Esses testes iniciais custaram R$ 450 mil.
Agora, serão feitos estudos para a dragagem dos sedimentos até a praia, bem como dos sedimentos em seu lugar natural. O aterramento hidráulico, explica o secretário de Planejamento, só é feito mediante um estudo profundo de impacto no mar, de combinação de material e possibilidade de transporte e extração. A Coastal já realizou mais de 100 alargamento de faixa de areia com sucesso. O próximo passo será providenciar as licenças ambientais necessárias. Conforme estimativas da empresa, serão preciso entre 2 e 4 milhões de metros cúbicos da areia para a execução do projeto de alargamento.
Quanto à altura dos prédios construídos em Camboriú, de acordo com Pavoni, o Plano Diretor da cidade, de 2008, realmente não impõe limite ao número de andares. No entanto, existe um Conselho da Cidade que se reúne periodicamente para avaliar os temas de interesse da comunidade e muito se preocupa com o excesso de verticalização. Um novo Plano Diretor deverá ser feito no próximo ano para rever esses parâmetros.
E o crescimento do mercado imobiliário acaba trazendo outros benefícios para a cidade. Não é preciso ser bom em matemática para fazer o cálculo: com tantos imóveis, milhares deles de alto padrão, Camboriú arrecada uma verdadeira fortuna em IPTU. Então, se vê obras de melhorias por todos os lados, como alargamento de calçadas e amplas avenidas com ciclovias. Mas o maior investimento está sendo feito em saneamento. Até o final de 2012, garante o secretário, a cidade terá 100% de todo o esgoto coletado tratado. "Hoje temos 90%, e será a primeira praia do Brasil a receber o selo Verde, com toda a sua extensão propícia para o banho. Também toda a água pluvial é totalmente drenada", informa Pavoni.
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