Preferência é dada a quem usa cartão de crédito e tem conta na agência Crédito: itamar aguiar / cp memória
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Pão Paulo - A escalada da inadimplência e o agravamento da crise internacional deixaram os bancos brasileiros mais rigorosos na concessão de crédito neste Natal. Dinheiro há, mas apenas para aqueles que representam menor risco para as instituições financeiras. O problema é que existe uma demanda forte vinda daqueles consumidores classificados como problemáticos.
"Será um Natal mais pobre, mais comedido", observa o economista da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicolas Tingas. Ele conta que a inadimplência começou a incomodar os bancos entre os meses de abril e maio. Primeiro imaginou-se que seria uma alta pontual, que se acomodaria ao longo dos meses, mas isso não ocorreu e os indicadores continuaram a subir. A solução das instituições financeiras foi fechar o cofre com regras mais criteriosas para a concessão de crédito.
"Foi necessário elevar a nota de corte para controlar a liberação dos empréstimos", completa o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Renato Oliva. Atualmente, comenta o executivo, há dois tipos de clientes. Um é aquele que tem conta corrente, cartão de crédito e outras operações no banco. O outro é o consumidor que não tem conta corrente no banco, mas pega empréstimo pessoal e financiamento de veículo. "No primeiro, a restrição se dá pela redução dos níveis de crédito disponível. No segundo, é preciso fazer uma análise mais rigorosa. Nesse caso, dependendo da nota de corte, concedo ou não o crédito", destacou Oliva, ressaltando que existe dinheiro no mercado, mas que está mais caro e mais difícil esses recursos serem liberados.
O gerente executivo de Crédito do Banco Volkswagen, Thierry Soret, confirma o aperto de crédito nas chamadas linhas de financiamento. Conforme assinalou Soret, o volume de pedidos aumentou nos últimos meses, mas em contrapartida o nível de concessão diminuiu. No ano passado, a média de aprovação estava em 58%. Neste ano, esse índice caiu para 49%. "É um recuo significativo e foi provocado especialmente pela qualidade do tomador", finalizou o gerente.
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