Bicicletas disputam com carros em Porto Alegre
Crédito: Arthur Puls / CP Memória
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Carros, motos, ônibus, caminhões, táxis, lotações, bicicletas e transeuntes competem todo dia por cada palmo de chão nas concentrações populacionais do Brasil e do mundo. Em Porto Alegre, não é diferente. Os conflitos da mobilidade urbana são parte do cotidiano na Capital. Com a carência de ciclovias, a busca pelo melhor caminho é constante.
Também se torna motivo de queixa e preocupação para o aposentado Jobes Teixeira, de 81 anos. Para ele, passear e cumprir tarefas do dia a dia são, por vezes, um desafio. "A gurizada abusa, toma conta das calçadas", reclama Jobes.
Ele é morador do bairro Moinhos de Vento e reconhece que, naquele local da cidade, não há espaços bem definidos para os que usam bicicleta. "Faz bem pedalar. Não causa poluição e evita o trânsito, que anda tão complicado. Mas é preciso ter regra para isso. É necessário respeitar quem está a pé nas calçadas", lembra o aposentado.
Regra há. O Código Brasileiro de Trânsito (CBT) define que bicicletas são veículos. E o tráfego ciclístico deve ocorrer sobre a via, ao lado direito dos automóveis e, sempre, no mesmo fluxo da mão de trânsito – jamais na contramão. Conforme o diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, embora o CBT expresse a norma, é difícil fiscalizar e autuar incorreções na conduta de ciclistas e pedestres pela ausência de regulamentação.
Para Cappellari, mais que a determinação legal, o que deve valer nas ruas e calçadas é o bom senso e o respeito mútuo entre os usuários. "Nosso conselho é sempre pelo respeito e o cuidado com a vida de quem está no trânsito", afirma.
Entretanto, mesmo com a boa prática de civilidade vigorando, o conflito se torna inevitável em uma metrópole – onde há mais de 1,4 milhão de habitantes e mais de 600 mil veículos rodando – que possui menos de oito quilômetros de ciclovias. De acordo com a EPTC, essa condição estará menos desequilibrada nos próximos anos. A principal novidade é a ciclovia da avenida Ipiranga, que terá 9,4 km de extensão, entre as avenidas Beira-Rio e Antônio de Carvalho.
Zonas Sul e Norte contempladas
O projeto funcional da ciclovia da Ipiranga foi elaborado pela Gerência de Planejamento Estratégico da EPTC e a execução da obra será de responsabilidade de dois grupos empresariais da Capital, como contrapartida social sobre empreendimentos estabelecidos na cidade. Além da Ipiranga, no caminho para a zona Leste, a avenida Sertório, rumo à zona Norte, terá mais 8 quilômetros de via exclusiva para bicicletas. Na zona Sul, estão ativas as ciclovias da Restinga (4,6 quilômetros de percurso), da Diário de Notícias (2 quilômetros) e de Ipanema (1,2).
Porto Alegre concluiu seu Plano Diretor Cicloviário em 2008. Estudos técnicos apontaram que a cidade poderá ter até 495 quilômetros de ciclovias sem comprometer seu desenvolvimento.
Na Copa, Porto Alegre deve ter 25 quilômetros de ciclovias
A expectativa é de que até a Copa do Mundo de 2014 Porto Alegre tenha mais de 25 quilômetros de ciclovias em funcionamento. Atualmente, para o ciclismo de lazer, durante os domingos são fechados os corredores de ônibus da III Perimetral, Aureliano de Figueiredo Pinto (Cascatinha) e Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio).
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