quinta-feira, 1 de setembro de 2011

BC surpreende mercado e reduz juros

 

Brasília - O Banco Central (BC) surpreendeu ontem boa parte do mercado financeiro ao adotar uma postura agressiva e optar por baixar os juros básicos da economia de 12,50% para 12% ao ano. É a primeira queda da taxa Selic desde julho de 2009. Desde janeiro, quando os juros estavam em 10,75% ao ano, foram cinco aumentos.

A decisão, que não tem viés, contou com a maior parte dos votos dos diretores do BC: cinco em seu favor e apenas dois pela permanência da Selic em 12,5% ao ano. A expectativa era que os juros só começassem a cair na próxima reunião do Copom, nos dias 18 e 19 de outubro, devido às preocupações com a inflação e ao cenário internacional incerto. O IPCA, o índice oficial de preços, acumula alta de 6,9%. O BC já desistiu de trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, mas mantém o compromisso de atingir esse resultado no final de 2012.

O corte nos juros vem após o governo anunciar uma contenção extra de R$ 10 bilhões em gastos públicos neste ano, recursos que foram direcionados para o chamado superávit primário, a economia feita para pagar juros da dívida pública, com o objetivo justamente de possibilitar a queda dos juros. Também aconteceu depois de a presidente Dilma Rousseff ter declarado publicamente que gostaria de ver, mesmo sem citar a data, os juros caindo, assim como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, além de empresários e centrais sindicais.

A decisão do Copom de baixar a Selic acontece em meio a um cenário de desaceleração moderada da economia, o que tende a impactar para baixo a inflação. Alguns analistas do mercado financeiro avaliam, no entanto, que ainda é necessário "cautela" quanto à inflação. "Estamos com inflação acima do teto da meta. Embora tenha desaceleração na indústria, o mercado de trabalho continua forte. "O setor industrial nacional passa por forte arrefecimento e necessita urgentemente de estímulo", analisa o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.


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