sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Etiqueta indica eficiência energética das edificações

 

A redução no uso de iluminação artificial, sistemas de refrigeração e consumo de água passa a determinar a classificação de prédios comerciais através de uma etiqueta, a exemplo do que já ocorre com os eletrodomésticos. O Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética (RTQ) foi aprovado pela Portaria Inmetro N 163, de junho de 2009, dentro da Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. O texto de regulamentação foi elaborado para nortear a etiquetagem e especificar os requisitos técnicos e métodos para a classificação, a qual é feita para cada item variando de A (mais eficiente) a E (menos eficiente).

O próximo passo é atribuir pesos a três itens: envoltória (30%), sistema de iluminação (30%) e sistema de condicionamento de ar (40%). A pontuação final é obtida por meio de uma equação geral que também varia de A a E. "Para receber o selo Procel de eficiência energética, o edifício deve atender aos requisitos relativos aos três itens", explica o professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Heitor da Costa Silva.

Coordenador do Laboratório de Conforto Ambiental (Labcon) da universidade, Silva esclarece que o selo Procel é certificado aos prédios depois de prontos, mas o ideal seria focar nesse sentido desde o início da concepção. "Quando se projeta a envoltória do prédio deve-se levar em conta que o percentual de abertura na fachada é a variável de maior impacto no indicador de consumo, seguido das proteções solares", ressalta.

O uso de iluminação artificial e sistemas de refrigeração mecânica é responsável pela maior parte da energia consumida. E isso pode ser reduzido se a edificação interagir com o meio em que está inserida. "Diversos estudos comprovam que as variáveis construtivas, como janelas na fachada, existência de sombreamento, fator solar dos vidros, materiais constituintes das paredes e coberturas, orientação das aberturas, enfim, várias coisas, influenciam muito o comportamento energético dos prédios", aponta o professor da Ufrgs.

Há mais variáveis que devem ser levadas em conta no balanço energético: as características técnicas da construção, o microclima, a temperatura externa, a radiação solar, o vento, as trocas térmicas de paredes e cobertura, os ganhos de calor no interior da edificação provenientes do metabolismo dos usuários, os sistemas de iluminação e os equipamentos eletrônicos. "Quando essas variáveis são pensadas de forma conjunta, o edifício tem uma boa resposta com relação ao consumo de energia elétrica e ao conforto térmico dos ocupantes", observa Silva. E, certamente, a etiqueta tende a receber a maior classificação.

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