quarta-feira, 4 de abril de 2012

Amantes da marcenaria: agora é só criar

 


BANCADAS: confeccionadas em madeira de reflorestamento
Crédito: PAULO NUNES

Um hobby bastante apreciado no exterior, a marcenaria começa a ganhar espaço em Porto Alegre. Inaugurou nesta terça-feira a Confraria da Madeira, uma escola com estrutura completa para aqueles que sempre sentiram vontade de trabalhar artesanalmente com madeira. E não se trata de um curso simples. É um treinamento mais sofisticado e produtivo, pois o aluno levará para casa os móveis que produzir nas aulas, 100% práticas. Em três meses, mais ou menos 50 horas, no módulo básico, o participante poderá fabricar pelo menos três peças úteis e decorativas, começando por um simples banquinho e chegando a um complexo móvel com gavetas. No avançado, poderá criar o que desejar. Colocar em prática os projetos pessoais.

A Confraria da Madeira, dedicada aos amantes da marcenaria, funciona em um galpão de 500 metros quadrados, localizado na rua Maranhão, no bairro São Geraldo. A iniciativa partiu do economista André Luiz de Campos, que frequentou por muito tempo, em São Paulo, uma escola deste tipo. Ao vir para Porto Alegre, percebeu a falta que lhe fazia um lugar adequado para exercer sua paixão. "Embora voltado para a marcenaria como lazer, buscamos em um centro de excelência da área os profissionais que serão os instrutores dos alunos, que orientarão o aprendizado das técnicas de atividades com a madeira", comenta o economista.

Ele salienta que seu negócio passa por duas linhas mestras: segurança, com a utilização de EPI''s - Equipamentos de Proteção Individual - e o acompanhamento individual por instrutores; e sustentabilidade (não são usadas madeiras proibidas ou em risco de extinção). A preocupação passa também pelo não desperdício e descarte correto do material utilizado na escola.

A proposta da Confraria é que desde o primeiro dia o participante enfrente o desafio de criar (desenhar a peça), selecionar o material, cortar, lixar, até o acabamento final, menos a pintura. Tudo acompanhado por mestres-marceneiros capacitados.

O aprendizado se dará em turmas de quatro alunos para cada instrutor, com carga horária de 12 horas, divididas ao mês, ou não. "O aluno é quem decide o ritmo do seu aprendizado, pois os horários são flexíveis", diz Campos. Atualmente são dez bancadas, confeccionadas em madeira de reflorestamento, mas a ideia é dobrar esse número nos próximos seis meses. No outro lado do galpão, as máquinas, de médio porte.

O sonho de "disseminar a marcenaria" é de Campos e para realizá-lo contou com a assessoria das arquitetas Rosa Prezzi e Isabel Magalhães, cujo projeto foi focado na ampla iluminação, no despojamento e na facilidade de manutenção do lugar. Por isso, revestiram o piso com pedras de ardósia. Também pensaram na sustentabilidade, com a instalação de torneiras e vasos sanitários econômicos nos banheiros. Um jardim interno, pintado de vermelho, e um lounge, com serviço de bar e sala de televisão, para os momentos de intervalo e para receber visitantes. No futuro, haverá um mezanino para oficinas de mosaico, cerâmica e até os tradicionais cursos de entalhe em madeira.


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