isolamento acústico: feito com esquadrias especiais que possibilitam a colocação de vidros duplos nas janelas
Crédito: TARSILA PEREIRA
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Conforme Bernardo Fonseca Tutikian, coordenador do curso de Engenharia Civil da Unisinos, em São Leopoldo (RS), a NBR 15.575 veio em boa hora. Ela chega para dar mais garantia aos usuários que investem na compra de um imóvel e fazer com que apenas as empresas que tenham experiência, profissionais competentes e que executem seus projetos dentro dos requisitos mínimos de desempenho permaneçam no mercado. "Com certeza irão sobreviver aquelas que atuam com seriedade, que utilizam materiais de qualidade, esquadrias melhores, mão de obra especializada, enfim, as que cumprem as exigências mínimas que já são estipuladas pelas normas técnicas e pelo Código de Defesa do Consumidor", afirma.
Quanto ao requisito da norma referente ao desempenho acústico da edificação, o professor informa que a Unisinos está implantando o Instituto Tecnológico para Avaliação de Desempenho, que irá fazer ensaios justamente para saber se a construção atende ou não a todas as exigências mínimas para as edificações e a outros "gargalos". A universidade recebeu investimento de R$ 2,5 milhões da Finep, a fundo perdido, e as obras deverão se iniciar em janeiro e serem concluídas ainda em 2012. "A previsão é de que, dentro de seis meses, o laboratório esteja funcionando parcialmente", aposta.
Os serviços oferecidos pelo laboratório serão justamente avaliar os sistemas já existentes, certificar outros e criar novos. No local será erguido um prédio onde serão testados os sistemas construtivos como um todo, como uma parede com as esquadrias fixadas ou uma laje com os revestimentos e os pisos. Os ensaios serão os de conforto térmico, acústico, resistência a incêndios, resistência mecânica, estanqueidade, durabilidade dos materiais, enfim, será de muita utilidade para as empresas e também para os alunos de graduação, especialização e mestrado em engenharia civil. "Será um dos melhores e mais completos laboratórios da América Latina", comenta Tutikian, mestre e doutor em engenharia e possui especialização em materiais de construção.
O especialista fala sobre o desempenho acústico de um edifício. Contra ruídos de impacto (pessoas caminhando ou móveis sendo arrastados nos apartamentos vizinhos) é necessário que as lajes que separam um pavimento do outro tenham no mínimo 12 centímetros de espessura. "Lajes com 7 ou 8 centímetros podem ser seguras, mas não cumprem com o requisito de isolamento acústico", destaca. Em imóveis de alto padrão, além das lajes de 12 centímetros, os construtores utilizam as mantas acústicas, que nada mais são que um material que absorve ruídos, um isolamento que vai colocado entre o piso e a laje. Em imóveis de luxo, complementa ele, podem ser utilizados os pisos flutuantes, quando o revestimento do piso fica 4 ou 5 centímetros acima da laje, ou seja, se deixa um vão entre eles, o qual provoca um amortecimento no caminhar e evita-se assim os ruídos.
Já o perfeito isolamento acústico, que evita que se escute dentro de casa os sons externos ou aéreos (sons que vêm da rua) é feito com esquadrias especiais que possibilitam a colocação de vidros duplos nas janelas. Em imóveis antigos, a única possibilidade de torná-lo isolado acusticamente é substituir as esquadrias. O coordenador adianta a novidade acadêmica para o setor da construção civil. A Unisinos criou uma especialização chamada "Patologia das Construções", que iniciará a primeira turma em março, com carga horária de 360 horas/aula.
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