Linha para a zona Sul não se justifica, diz
ex-ministro Crédito: MAURO SCHAEFER
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Um gaúcho foi o responsável por desenvolver o aeromóvel, e
outro, pelo seu declínio. Quando assumiu o Ministério dos Transportes, em 1982,
Cloraldino Severo, nascido em Uruguaiana, interrompeu o apoio do governo federal
à iniciativa. Inicialmente, o projeto havia contado com o apoio da antiga
Empresa Brasileira de Transporte Urbano (EBTU), que investiu cerca de 4 milhões
de dólares. Enquanto permaneceu no ministério, até 1985, Severo inaugurou obras
importantes no Rio Grande do Sul, mas, após 27 anos, ele ainda sofre críticas
pela obra que deixou de fazer. E não se arrepende.
"Não se tratava de
capricho pessoal ou teimosia. Eu estava respaldado por profundas análises de
institutos técnicos, consultores e organizações do ministério, professores
respeitáveis e pela minha análise de profissional reconhecido na área de
transportes urbanos do país", justifica Severo, hoje com 73 anos. Seu principal
argumento é que, desde que o projeto original foi arquivado, não houve quem
investisse no novo modelo de transporte. "Passaram-se mais de 20 anos e ninguém
implantou o aeromóvel. Nem mesmo no exterior, para onde tantas vezes nos
disseram que iriam vendê-lo, o projeto foi comprado. Por certo não foi porque o
ministro Cloraldino foi contra", diz. Para ele, o investimento em uma linha
Centro/Zona Sul não se justifica em razão de o transporte público já apresentar
opções neste trecho. "Essa demanda é atendida muito bem por táxis e transporte
públicos", observa. Severo diz que a zona Sul da Capital requer uma intervenção
na mobilidade urbana, mas voltada ao estímulo de outro veículo: a
bicicleta.
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