Jefferson Klein
CRISTIANE FRANCO/DIVULGAÇÃO/JC
Obras de dragagens e sinalização náuticas são metas de Obelar à
frente da SPH
O interesse de novas empresas na hidrovia, aliado a investimentos em
dragagem, sinalização e balizamento, faz com que o superintendente da
Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), Pedro Homero Flores Obelar,
preveja um grande desenvolvimento do modal para os próximos anos. O dirigente,
que entrou na autarquia como técnico em hidrologia, em maio de 1980, quando ela
ainda era Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais (Deprec), assumiu neste
mês o cargo máximo da instituição.
Jornal do Comércio (JC) – Qual a sua expectativa quanto ao aproveitamento da hidrovia gaúcha?
Jornal do Comércio (JC) – Qual a sua expectativa quanto ao aproveitamento da hidrovia gaúcha?
Pedro Homero Flores Obelar – Eu sou muito otimista quanto ao aumento
da movimentação. Acho que finalmente a hidrovia está recebendo a atenção que
merece. Tem muitos olhos e interesses econômicos voltados para isso. O polo
naval de Rio Grande contribuirá para alavancar esse modal. Várias empresas
desejam se instalar próximas à hidrovia, porque desejam produzir peças e
equipamentos e levar os itens pela via fluvial até Rio Grande. Esse é o momento
da hidrovia, é um modal seguro, menos poluente e uma forma de desafogar as
rodovias.
JC – Quais serão as suas metas à frente da SPH?
Obelar – Vamos dar continuidade às dragagens de desassoreamento dos
canais de navegação, o que ocorre no momento na Lagoa dos Patos. Finalizada essa
tarefa, vamos realizar a ação nos canais do Guaíba, Delta do Jacuí e Gravataí.
Estamos com um trabalho técnico de topo-hidrografia e batimetria do rio Jacuí,
onde pretendemos realizar a dragagem de desassoreamento e a sinalização náutica
da hidrovia para torná-la plenamente operacional desde Cachoeira do Sul até Rio
Grande e outros portos. Faremos a dragagem do rio Taquari para que possamos dar
melhores condições de navegação até o porto de Estrela. Em conjunto com o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vamos trabalhar a
hidrovia Brasil-Uruguai. Também investiremos na sinalização náutica para dar
condições de navegação 24 horas por dia em todos os nossos canais.
JC – O porto de Porto Alegre poderá receber um terminal de
contêineres?
Obelar – O porto possui ainda uma área destinada a esse fim, próxima
às instalações da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Quem vai
responder pela realização do empreendimento são as empresas. Estamos preparando
a documentação e os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para
realizar uma licitação do terminal de contêineres. Quem vai dar a viabilidade ao
complexo é a demanda regional, é o mercado. O que faremos é dar condições para
que os interessados possam operar.
JC – E a implantação do terminal turístico da Capital?
Obelar – Também existe esse projeto. É um terminal turístico voltado
para a demanda da Copa do Mundo de 2014. Havendo a disponibilidade financeira, o
investimento federal, vamos dar continuidade. A SPH tem buscado parcerias para
realizar o empreendimento.
JC – Será mantido o processo de regularização das áreas
portuárias?
Obelar – Sim. Até porque os contratos são muito antigos e temos essa
obrigação, pois somos fiscalizados pela Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq). Estamos buscando a regularização das áreas para fazer novos
contratos e procurar instalar projetos que levem em conta a utilização do porto
e da hidrovia.
JC – O senhor acredita que 2012 marcará, finalmente, a remoção dos navios
paraguaios que há vários anos foram abandonados no porto da Capital
gaúcha?
Obelar – Eu creio que neste ano resolveremos esse problema. A
licitação (de venda dos navios) será feita pela Central de Compras do Estado
(Cecom). A expectativa é de que, até maio, já seja possível receber as ofertas
de empresas interessadas nas embarcações. A perspectiva é boa, está tudo
preparado, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) esteve presente neste processo e
a Cecom vai fazer esse certame licitatório.
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