quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Qualificação do Planejamento

materiaIs: relação espacial, geometria, quantidade e propriedade<br /><b>Crédito: </b> GAFISA / DIVULGAÇÃO / CP
materiaIs: relação espacial, geometria, quantidade e propriedade
Crédito: GAFISA / DIVULGAÇÃO / CP

A era virtual está chegando também à construção civil brasileira. Com o nome de BIM - Building Information Modeling, ela, aos poucos, traz o canteiro de obras para dentro do computador, e vice-versa. Nos Estados Unidos já é matéria curricular nas universidades e em teses de mestrado e doutorado acadêmico. O gaúcho Lucio Soibelman, mestre e Ph.D em engenharia civil, professor e pesquisador da Carnegie Mellon University, em Pittsburgh, nos EUA, vem frequentemente a São Paulo para passar ensinamentos sobre o BIM à construtora paulista, a Gafisa, uma das primeiras empresas do setor a trabalhar com essa ferramenta futurística e inteligente. Mas também grandes incorporadoras, como a Método, a Matec e a Synge já ingressaram na tecnologia em três dimensões. Na moderna sede administrativa da Petrobras, que está sendo construída em Santos, em São Paulo, está sendo utilizado o modelo, solicitado no edital de licitação.

A Modelagem de Informação da Construção, como é traduzido por aqui, explica Soibelman, consiste no processo de geração e gestão de uma base de dados de informação da obra feito em um suporte tridimensional durante todo o seu ciclo de construção. O BIM, segundo ele, é um modelo em 3D que integra geometria, relações espaciais, informação geográfica, assim como as quantidades de materiais e as propriedades dos componentes que serão utilizados na edificação. "Ou seja, evita-se desperdícios e conflitos", enfatiza o engenheiro. "Não é ficção, o projeto virtual faz com que as coisas sejam determinadas antes, no escritório, e depois vão para o canteiro de obras. Nos EUA já é assim. Não se resolve os problemas no local da obra. Os riscos são atenuados no início. Se sabe de antemão exatamente onde, como e quanto será necessário de encanamento para o ar-condicionado, por exemplo", diz ele. Para o Ph.D em engenheria civil, ainda existe no Brasil aquela tendência de, em caso de conflitos na modelagem, se partir para a alternativa de "colocar tudo dentro da sanca".

De acordo com o engenheiro, com o BIM, o processo fica mais fácil e confiável, porque, por exemplo, no kit banheiro, de todos os apartamentos, as metragens são as mesmas, as distâncias são as mesmas, o que permite uma melhor execução de simulações de design, análises de conflito, redimensionamento de custos e, o principal, o cronograma das etapas da obra. "Se prevê tudo, sabe-se o tempo necessário para o cumprimento de cada etapa, ou seja, ela será entregue no prazo estipulado", exemplifica o professor, observando que há vários softwares de modelagens no mercado.

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