domingo, 20 de novembro de 2011

São Leopoldo projeta hidrovia

Prefeito Vanazzi diz que há empresas interessadas em investir na ideia, essencial para o crescimento da região

As rotas navegáveis entre São Leopoldo e Porto Alegre e, pela Lagoa dos Patos, até Rio Grande<br /><b>Crédito: </b> arte lucas baia
As rotas navegáveis entre São Leopoldo e Porto Alegre e, pela Lagoa dos Patos, até Rio Grande
Crédito: arte lucas baia
 
 
O Rio dos Sinos poderá ser navegado outra vez. Cargas e, quem sabe, pessoas poderão percorrer em barcos o trajeto entre São Leopoldo e Porto Alegre. E pela Lagoa dos Patos até Rio Grande e, de lá, para o mundo. A recuperação da hidrovia do Sinos era sonho de muitos e, agora, virou projeto da região, diante da necessidade atual de diversificar modais de transporte e também do olhar mais coerente sobre a sustentabilidade econômica e ambiental.

O estudo, encomendado pela Prefeitura de São Leopoldo à Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), intitulado "Diagnóstico e perspectivas" indica que o desenvolvimento econômico do Vale poderá ser impulsionado com a ativação da hidrovia. Reservado, o professor Pedro Bandeira, um dos autores da pesquisa, faz ressalva: "Não é um estudo específico sobre viabilidade hidroviária; porém, reconhecemos que existe potencial".

Para Bandeira, o ponto-chave será encontrar empreendedores interessados em investir no projeto. Esse desafio não perturba o prefeito de São Leopoldo, grande entusiasta do projeto e solicitante do estudo. De acordo com a estratégia apontada na pesquisa, a hidrovia é essencial ao crescimento da região e deve estar em atividade até 2020. Entretanto, se depender de Ary Vanazzi, o sonho se materializará na metade de 2013.

O prefeito garante já ter recebido a demonstração de interesse por mais de uma empresa. Vanazzi revela que o plano inicial é instalar um terminal portuário na confluência da avenida João Corrêa com o rio, próximo à casa de bombas da Secretaria Municipal de Água e Esgotos. O custo estimado para o investimento é de R$ 20 milhões. "Está sendo investido cerca de R$ 1 bilhão na construção da BR 448. Com menos de R$ 200 milhões poderíamos ativar a malha hidroviária da nossa região", avalia.

Vanazzi explica que os próximos passos são licitar o estudo de impacto ambiental e, após, contratar a elaboração do projeto. O prefeito leopoldense afirma que São Sebastião do Caí e Montenegro, municípios banhados pelo rio Caí, estão engajados na ideia e poderão ser parceiros no movimento pelas hidrovias.

Para o chefe da Superintendência de Portos e Hidrovias do Estado, Vanderlan Vasconselos, o momento é apropriado e "único" ao resgate da atividade hidroviária no Rio Grande do Sul. Ele destaca a consolidação da indústria naval e oceânica no Sul do Estado e o bem-sucedido empreendimento da travessia entre a Capital e Guaíba como exemplos da aptidão do cenário ao modelo de transporte.

"Nos próximos quatro anos poderemos reverter 30 anos de desuso das hidrovias", instiga Vanderlan. O superintendente lembra que a existência do transporte hidroviário pelo Rio dos Sinos favorecerá o Vale e também a região Metropolitana, atingindo diretamente Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul.

Outra oportunidade, segundo ele, está nas águas do rio Jacuí, que possui cerca de 230 quilômetros de leito navegável, entre a Capital e Cachoeira do Sul. "No Estado são 758 quilômetros de hidrovias, das quais 80% são naturais. Pelo rio Taquari, entre Porto Alegre e Estrela, temos mais uma possibilidade de navegação", alerta. "A atual visão da gestão estadual é de compartilhar investimentos entre os diversos modais de transporte. É o futuro", conclui Vasconselos.

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