Casal almoça por cerca de R$ 30,00, em
média Crédito: PEDRO REVILLION / CP MEMÓRIA
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Na economia, mercado de trabalho numeroso, renda crescente,
emprego estável, ascensão de classes de menor poder econômico para níveis mais
altos e presença cada vez maior de mulheres no mercado de trabalho constituem um
bom prato para teorias. A combinação produz muitos fatos. Um deles é a forte
expansão de um segmento que diariamente se alimenta de frações pequenas do
salário: o mercado de refeições. O sabor para quem paga está mais para o salgado
e menos para o doce.
Porto Alegre ganha, a cada ano, relevância no
segmento da gastronomia, tanto em quantidade de novos estabelecimentos, quanto
em qualidade. Estimativas do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia (Sindpoa)
apontam que 500 mil refeições são servidas todos os dias na Capital por
aproximadamente 2 mil pontos comerciais, entre restaurantes, lancherias e afins.
Essa avaliação refere-se somente a almoços. Conforme o presidente do Sindpoa,
José de Jesus Santos, a taxa média de crescimento anual do setor tem sido de
15%. E almoçar em casa está cada vez mais difícil. Em compensação, ampliou-se o
número de trabalhadores que ganham vale-refeição das empresas. Assim, o
desembolso de dinheiro do salário é quase nulo, afirma ele. "Se for a um bom
restaurante, um casal almoça por R$ 30,00 - não gasta isso devido ao vale. Em
casa, a despesa seria maior na soma transporte, gás, água, energia e alimentos e
o cardápio bem mais modesto e sem variedade", frisa Santos.
Nos últimos
anos, uma nova fonte de euforia no mercado em Porto Alegre consolidou-se. É a
happy hour, observa a presidente da regional rio-grandense da Associação
Brasileira de Restaurantes (Abrasel), Fernanda Etchepare. Já é hábito visível em
muitos bairros e tem incrementado o movimento principalmente de bares. As
aparências, entretanto, seguem o ditado na sua capacidade de enganar no ramo
gastronômico. Segundo ela, a rotatividade é intensa. A proporção chega a 30%.
São negócios de pouca durabilidade. Assim como são criados, fecham com menos de
um ano de atividade por causas diversas - desde desconhecimento do mercado, má
gestão até aluguel elevado. Para Fernanda, são justamente estes estabelecimentos
os que praticam concorrência nociva. Se instalam com preços baixos para formar
clientela, mas no médio prazo se endividam e encerram suas
operações.
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