segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Preço da refeição pesa no prato

São servidas no almoço 500 mil refeições por dia em Porto Alegre, em 2 mil pontos comerciais. O crescimento anual é de 15%


Casal almoça por cerca de R$ 30,00, em média<br /><b>Crédito: </b> PEDRO REVILLION / CP MEMÓRIA
Casal almoça por cerca de R$ 30,00, em média
Crédito: PEDRO REVILLION / CP MEMÓRIA
 
 
Na economia, mercado de trabalho numeroso, renda crescente, emprego estável, ascensão de classes de menor poder econômico para níveis mais altos e presença cada vez maior de mulheres no mercado de trabalho constituem um bom prato para teorias. A combinação produz muitos fatos. Um deles é a forte expansão de um segmento que diariamente se alimenta de frações pequenas do salário: o mercado de refeições. O sabor para quem paga está mais para o salgado e menos para o doce.

Porto Alegre ganha, a cada ano, relevância no segmento da gastronomia, tanto em quantidade de novos estabelecimentos, quanto em qualidade. Estimativas do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia (Sindpoa) apontam que 500 mil refeições são servidas todos os dias na Capital por aproximadamente 2 mil pontos comerciais, entre restaurantes, lancherias e afins. Essa avaliação refere-se somente a almoços. Conforme o presidente do Sindpoa, José de Jesus Santos, a taxa média de crescimento anual do setor tem sido de 15%. E almoçar em casa está cada vez mais difícil. Em compensação, ampliou-se o número de trabalhadores que ganham vale-refeição das empresas. Assim, o desembolso de dinheiro do salário é quase nulo, afirma ele. "Se for a um bom restaurante, um casal almoça por R$ 30,00 - não gasta isso devido ao vale. Em casa, a despesa seria maior na soma transporte, gás, água, energia e alimentos e o cardápio bem mais modesto e sem variedade", frisa Santos.

Nos últimos anos, uma nova fonte de euforia no mercado em Porto Alegre consolidou-se. É a happy hour, observa a presidente da regional rio-grandense da Associação Brasileira de Restaurantes (Abrasel), Fernanda Etchepare. Já é hábito visível em muitos bairros e tem incrementado o movimento principalmente de bares. As aparências, entretanto, seguem o ditado na sua capacidade de enganar no ramo gastronômico. Segundo ela, a rotatividade é intensa. A proporção chega a 30%. São negócios de pouca durabilidade. Assim como são criados, fecham com menos de um ano de atividade por causas diversas - desde desconhecimento do mercado, má gestão até aluguel elevado. Para Fernanda, são justamente estes estabelecimentos os que praticam concorrência nociva. Se instalam com preços baixos para formar clientela, mas no médio prazo se endividam e encerram suas operações.

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