quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Projeto contra desajuste habitacional

 

HELIÓPOLIS: formato ousado tem a intenção de aumentar o espaço de circulação entre os prédios e eliminar noções de ‘frente e fundos’ dos edifícios tradicionais
Crédito: RUY OHTAKE / DIVULGAÇÃO / CP

Se pequenos aquários ornamentais são cada vez mais raros, felizmente eles ganham dimensões fenomenais em cidades turísticas. Assim como em grandes metrópoles, Barcelona, na Espanha; Lisboa, em Portugal; e Berlim, na Alemanha; entre outros, está sendo desenvolvido para a cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o Aquário do Pantanal, um projeto do renomado arquiteto brasileiro Ruy Ohtake, que deverá ficar pronto no início de 2013. O local apresentará um resumo dos peixes e das espécies que vivem no habitat do Pantanal. Além de uma importante atração turística, será uma referência para universidades brasileiras e do exterior.

Ohtake foi um dos palestrantes do 3 Congresso Internacional de Arquitetura e Design que ocorreu no Teatro do Sesi, realizado na semana passada, em Porto Alegre, quando falou da importância do trabalho social da arquitetura na transformação da vida das pessoas. "É o papel do urbanista contribuir para uma sociedade mais igualitária, uma cidade mais justa, onde os cidadãos tenham uma moradia digna", salientou o arquiteto paulistano, formado pela FAU-USP em 1960.

Em sua palestra, Ohtake citou os desajustes habitacionais verificados nas grandes cidades e a necessidade de obras mais populares no Brasil, para as comunidades menos favorecidas economicamente. Na ocasião, apresentou um projeto realizado por sua equipe na periferia de São Paulo, na favela de Heliópolis, para melhorar as condições de vida de 14 mil famílias. A experiência na região começou em 2003, a convite de um dos líderes comunitários. São apartamentos compactos, como muitos outros, de 52 metros quadrados, com dois dormitórios, a um custo baixo, em torno de R$ 1.100,00 o metro quadrado. As primeiras unidades foram entregues aos moradores na semana passada. A grande novidade do projeto: os prédios são redondos.

O condomínio residencial de Heliópolis, como gosta de denominar Ohtake, terá no total 71 edifícios, em uma área de 35 mil metros quadrados, sendo que cada um deles terá quatro andares e 18 apartamentos. Duas unidades no térreo são para idosos ou cadeirantes. De agora em diante serão construídos os 48 edifícios restantes do projeto, que conta ainda com escolas, creches, biblioteca, quadras esportivas e praças. Segundo ele, o formato arredondado - mas os apartamentos não são - é ousado e a intenção é aumentar o espaço de circulação entre os prédios e eliminar as noções de "frente e fundos" dos edifícios tradicionais.

Fonte:  http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=33&Caderno=14&Noticia=355469

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