quarta-feira, 4 de julho de 2012

Falta higiene no Centro

Calçadas servem como sanitários para moradores de rua e transeuntes, reclamam moradores


Viaduto da Borges, no Centro, é umdos locais mais sujos da Capital
Crédito: CP MEMÓRIA

O comportamento inadequado de algumas pessoas e a falta de sanitários públicos em Porto Alegre são ingredientes principais de uma receita para lá de indigesta: urina e fezes pelas calçadas, praças, viadutos e ruas da Capital. O problema ocorre em diversos pontos da cidade, mas se apresenta com mais notabilidade no Centro, onde há grande circulação e concentração de gente.

Embora vivencie quase diariamente o desconforto de encontrar sinais de dejetos humanos por onde caminha, o vice-presidente da Associação de Moradores do Centro Histórico, Carlos Borges, reconhece: "Não tem como evitar que a pessoa urine no chão. Só se a gente tivesse um guarda em cada esquina de Porto Alegre, mas isso é impossível. Falta boa educação", lamenta.

Para Borges, uma saída seria a lavagem regular das calçadas, serviço que, segundo ele, a prefeitura realizou durante os anos 60, 70 e 80. Borges mora na rua Riachuelo. Mas a lista dos logradouros imundos é bem mais extensa: "Jerônimo Coelho, Salgado Filho, Andradas, Uruguai, Sete de Setembro, sem falar na Voluntários da Pátria, Júlio de Castilhos e Mauá, que são um terror à noite", descreve.

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) admite o problema e informa que a limpeza de calçadas é responsabilidade dos proprietários dos imóveis. Nos passeios públicos em praças, parques e viadutos, a limpeza é feita regularmente pelo DMLU. Já a carência de sanitários públicos é uma realidade no Centro, acentuada pela reforma que desativou o banheiro na Praça da Alfândega. O da Praça XV foi fechado há meses. Restou o do terminal Parobé, sobre a plataforma dos ônibus. Para usar os sanitários do Mercado Público, será preciso contribuir com R$ 0,30, com direito a sabão e papel.

Mas não é a simples presença de banheiro por perto o que garante a civilidade das pessoas. Apesar de haver sanitários públicos nos dois extremos do viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, moradores de rua e alguns transeuntes preferem fazer das colunas do monumento o esgoto de suas necessidades.

Outro grupo que sofre com a falta de sanitários é o dos taxistas. Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas, Luiz Nozari, a carência gerou uma curiosa alternativa: o Papagaio Viajante. Trata-se de um recipiente plástico maleável, com uma ponta tubular rígida onde o motorista urina. O apetrecho é fechado e guardado no porta-malas.

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