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Brasília - O governo federal anunciou ontem aporte de R$
3,3 bilhões da União a fim de compensar a retirada de encargos para que as
contas de energia elétrica tenham redução a partir de 2013. De acordo com a
faixa de consumo, o setor industrial terá a conta de energia 19,7% a 28% mais
barata, e os consumidores residenciais, 16,2%. O plano detalhado ontem no
Palácio do Planalto prevê um déficit de R$ 1,3 bilhão em 2013, diferença entre o
valor arrecadado com encargos e a despesa com programas sociais custeados por
eles.
O plano prevê o fim de dois encargos que incidem sobre a conta de
luz: Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e Reserva Global de Reversão (RGR).
Além disso, estabelece um desconto de 75% em um terceiro encargo, a Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE). Com isso, a receita com a CDE vai cair a R$
2,7 bilhões a partir do ano que vem. Somada ao aporte de R$ 3,3 bilhões que o
Tesouro fará anualmente, a arrecadação salta para R$ 6 bilhões. Entretanto, a
despesa com programas custeados pela CDE - e que serão mantidos pelo governo -
será de R$ 7,3 bilhões. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), Nelson Hubner, disse que esse déficit poderá ser custeado com recursos
de um fundo composto por sobras de arrecadação dos encargos.
A previsão
do governo é que essa conta se equilibre a partir de 2015 e, no longo prazo,
seja até superavitária em favor do governo, o que deverá compensar as perdas dos
dois primeiros anos. A previsão leva em conta, entre outros fatores, o fim do
programa Luz Para Todos em 2014, o que vai reduzir as despesas.
A medida
provisória assinada ontem pela presidente Dilma Rousseff também abre a
possibilidade para renovação de concessões do setor de energia, nas áreas de
geração, transmissão e distribuição, que começam a vencer em 2015. Para ter a
concessão renovada, porém, as empresas terão que aceitar um corte em suas
remunerações, o que será definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel).
Considerados todos os consumidores de energia elétrica
(residenciais e empresariais) a queda média será de 20,2%. O governo afirma que
vai tentar reduzir as discrepâncias para que as diferentes localidades tenham
reduções próximas a essa média.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
projeta uma queda no IPCA de 0,5 a 0,6 ponto percentual, como impacto direto da
redução do preço da conta de energia para o consumidor. Ele negou, porém, que
haja intenção do governo de aproveitar o impacto da redução da energia na
inflação para aumentar o preço dos combustíveis, especialmente da gasolina. "Não
tem nada a ver um com o outro", afirmou.
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