quarta-feira, 12 de setembro de 2012

''Paraíso para a construção civil''

 

SHERATON: hotel em Porto Alegre tem a assinatura da Hochtief<br /><b>Crédito: </b> TARSILA PEREIRA
SHERATON: hotel em Porto Alegre tem a assinatura da Hochtief
Crédito: TARSILA PEREIRA
 
 
O Brasil é o paraíso para quem investe em construção civil. A afirmação é do engenheiro Deftle Dralle, diretor-presidente da Hochtief do Brasil, empresa que desde fevereiro deste ano é majoritária da Construtora Tedesco. Ele esteve em Porto Alegre no final do mês, como palestrante da reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha, quando falou das "Perspectivas e Desafios para o Mercado de Construção Civil Brasileiro", as quais são, segundo ele, as melhores possíveis desde 2006, quando se iniciou o boom dos empreendimentos imobiliários.

"Agora, a expansão do setor está mais normalizada, mas o país ainda continua sendo um dos lugares mais favoráveis para investimentos no setor da construção civil, que já representa 6% do PIB", frisou. Citando números, o executivo afirmou que são cifras inacreditáveis. "Há muito crédito na praça e recursos disponíveis do BNDES. É um lugar onde é mais barato captar dinheiro. O juro real ainda é muito alto, mas bem mais baixo do que já foi um dia. A renda per capita do brasileiro aumentou consideravelmente. Praticamente uma Alemanha, 80 milhões de habitantes, migraram para a classe A, B e C", complementa. Ele exemplificou este crescimento: em junho de 2011, o consumo de cimento foi de 61.831 toneladas. Em junho de 2012 foi de 66.688 toneladas. Só para se ter uma ideia dessa pujança, comentou ele, estão sendo construídos neste ano 21 shoppings centers, alguns deles introduzindo o conceito de outlet.

No entanto, o grande desafio do Brasil, na opinião de Dralle, que está trabalhando no país desde 1995, é formar mão de obra qualificada para o setor em todos os níveis. "A construção civil é feita por pessoas. E há escassez de operários e engenheiros. Estes profissionais tiveram seus salários aumentados em dois dígitos nos últimos seis anos. Os engenheiros nunca foram tão valorizados no mercado como agora", comenta. Para ele, as palavras de ordem devem ser: treinamento sempre. E investimento em tecnologia.

O engenheiro alemão criticou algumas das grandes empreendedoras brasileiras que deram "um passo maior que a perna" e enfrentam déficit financeiro. "Tinham 180 canteiros de obras ao mesmo tempo. Administrá-los não é fácil. Não conseguiram entregar os imóveis dentro do prazo. E todos sabem que uma obra malfeita neutraliza as bem-feitas", citou. A sua empresa, conforme ele, tem sempre no máximo 35 obras em andamento simultâneo.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.