SHERATON: hotel em Porto Alegre tem a assinatura da
Hochtief Crédito: TARSILA PEREIRA
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O Brasil é o paraíso para quem investe em construção civil.
A afirmação é do engenheiro Deftle Dralle, diretor-presidente da Hochtief do
Brasil, empresa que desde fevereiro deste ano é majoritária da Construtora
Tedesco. Ele esteve em Porto Alegre no final do mês, como palestrante da
reunião-almoço da Câmara Brasil-Alemanha, quando falou das "Perspectivas e
Desafios para o Mercado de Construção Civil Brasileiro", as quais são, segundo
ele, as melhores possíveis desde 2006, quando se iniciou o boom dos
empreendimentos imobiliários.
"Agora, a expansão do setor está mais
normalizada, mas o país ainda continua sendo um dos lugares mais favoráveis para
investimentos no setor da construção civil, que já representa 6% do PIB",
frisou. Citando números, o executivo afirmou que são cifras inacreditáveis. "Há
muito crédito na praça e recursos disponíveis do BNDES. É um lugar onde é mais
barato captar dinheiro. O juro real ainda é muito alto, mas bem mais baixo do
que já foi um dia. A renda per capita do brasileiro aumentou consideravelmente.
Praticamente uma Alemanha, 80 milhões de habitantes, migraram para a classe A, B
e C", complementa. Ele exemplificou este crescimento: em junho de 2011, o
consumo de cimento foi de 61.831 toneladas. Em junho de 2012 foi de 66.688
toneladas. Só para se ter uma ideia dessa pujança, comentou ele, estão sendo
construídos neste ano 21 shoppings centers, alguns deles introduzindo o conceito
de outlet.
No entanto, o grande desafio do Brasil, na opinião de Dralle,
que está trabalhando no país desde 1995, é formar mão de obra qualificada para o
setor em todos os níveis. "A construção civil é feita por pessoas. E há escassez
de operários e engenheiros. Estes profissionais tiveram seus salários aumentados
em dois dígitos nos últimos seis anos. Os engenheiros nunca foram tão
valorizados no mercado como agora", comenta. Para ele, as palavras de ordem
devem ser: treinamento sempre. E investimento em tecnologia.
O engenheiro
alemão criticou algumas das grandes empreendedoras brasileiras que deram "um
passo maior que a perna" e enfrentam déficit financeiro. "Tinham 180 canteiros
de obras ao mesmo tempo. Administrá-los não é fácil. Não conseguiram entregar os
imóveis dentro do prazo. E todos sabem que uma obra malfeita neutraliza as
bem-feitas", citou. A sua empresa, conforme ele, tem sempre no máximo 35 obras
em andamento simultâneo.
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