Movimento ocupa prédios na Capital
Militantes do Movimento Nacional da Luta pela Moradia (MNLM) ocuparam ontem dois prédios na área central de Porto Alegre. Um dos edifícios, localizado na esquina da rua Caldas Junior com a avenida Mauá, já foi alvo de outras duas invasões. Em 2005, os sem-teto permaneceram por dois dias no local e, no ano seguinte, 36 famílias ocuparam o imóvel por quatro meses. O prédio é o mesmo usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que cavou um túnel para tentar assaltar as agências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal (CEF) em 2006. O outro imóvel invadido fica na rua Barros Cassal, próximo à avenida Farrapos, e pertence à extinta Rede Ferroviária Federal S.A. A ação é um protesto pela não garantia de reassentamento das famílias, das quais 20 vivem em uma área próxima ao Estádio Beira-Rio que deverá ser desocupada até dezembro devido às obras da Copa do Mundo de 2014. Beto Aguiar, um dos líderes do MNLM no Estado, reclamou da lentidão na liberação do prédio localizado na rua Barros Cassal, que servirá de moradia para 42 famílias. "Há quatro anos ouvimos promessas", disse. As ocupações são vinculadas à Marcha Estadual da Reforma Urbana. Documentos com reivindicações dos movimentos foram entregues à prefeitura, ao governo do Estado e à CEF. "Por intermédio das ocupações estamos denunciando a especulação imobiliária e pressionando o poder público a implementar o IPTU Progressivo. Também reivindicamos a desapropriação dos dois imóveis e a construção de habitações populares", salientou. Há três anos tramita na prefeitura um processo para reforma de um prédio cedido pelo governo federal para a Confederação Nacional das Associações de Moradores e ao MNLM. O diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart, disse que "a ocupação é desnecessária", pois "há quatro meses o prédio da Barros Cassal foi garantido para eles". |
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