quarta-feira, 23 de maio de 2012

Capital terá marcas da ditadura

Locais da cidade que foram centros de detenção e tortura durante o regime militar receberão placas de identificação


A Prefeitura de Porto Alegre e o Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) assinaram convênio ontem para identificar com placas os locais da cidade que foram centros de detenção e tortura durante o regime militar (1964-1985). No mesmo projeto, denominado Marcas da Memória, também serão incentivadas atividades culturais voltadas ao conhecimento e à reconstrução da memória histórica daquele período vivido pelo país. O termo tem validade por 24 meses, podendo ser prorrogado.

A organização não governamental vai receber, sistematizar e divulgar informações, enquanto o município se encarregará de elaborar as peças que marcarão o entorno dos edifícios onde ficavam e eram interrogados os presos. Também serão criadas, com a colaboração do MJDH, políticas públicas de reconstrução da memória histórica e política da repressão na cidade de Porto Alegre. Ao município também caberá o fornecimento de recursos humanos e financeiros para a execução do projeto Marcas da Memória.

O presidente do movimento, Jair Krischke, disse que alguns locais já são conhecidos, como a primeira casa de tortura clandestina, denominada como Dopinha, localizada na rua Santo Antônio, no bairro Bom Fim, e a Ilha do Presídio, no Guaíba. Todos os endereços serão marcados com placas, a exemplo do que ocorre em Buenos Aires, na Argentina.

"Faremos um resgate da história recente do Brasil assinalando locais onde houve presos políticos e tortura, pois não podemos esquecer que para chegar ao estado democrático de direito muitas pessoas perderam até a vida", destacou Krischke.

O prefeito Fortunati assinalou que as pessoas têm o direito de saber o que aconteceu nos anos de chumbo, "principalmente para que a gente consolide, cada vez mais, o estado democrático de direito".


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