quinta-feira, 24 de maio de 2012

Peso das dívidas é recorde

Famílias brasileiras comprometem em média 45% da renda anual para cobrir débitos antigos


Na classe C - renda de R$ 1.555 a R$ 3.110 -, os débitos alcançam 60%<br /><b>Crédito: </b> PEDRO REVILLION / CP MEMÓRIA
Na classe C - renda de R$ 1.555 a R$ 3.110 -, os débitos alcançam 60%
Crédito: PEDRO REVILLION / CP MEMÓRIA
 
 
Rio - No momento em que o governo tenta conter novamente o fraco desempenho da economia pelo consumo, o peso das dívidas antigas alcança valores recordes no orçamento das famílias brasileiras. Em abril, as dívidas financeiras representavam em média 45% da renda anual, segundo projeção do economista Simão Silber, da Universidade de São Paulo (USP), com base em dados do Banco Central (BC). Esse percentual era de 24,94% em janeiro de 2007 e de 35,8% no começo de 2010. "O endividamento das famílias aumentou bastante. A questão é que o maior acesso a crédito no Brasil é acompanhado por taxas de juros ainda elevadas, o que significa um perfil de endividamento que não é saudável. Isso gera a armadilha da dívida", ressalta o professor de Economia da Uerj Luiz Fernando de Paula. Na classe C - famílias com renda mensal de R$ 1.555 a R$ 3.110 -, as dívidas chegam a 60% da renda anual. "As pessoas vão se estrangulando e ficam presas aos bancos", ressalta, admitindo que há risco de aumento de inadimplência por causa das medidas de estímulo ao consumo anunciadas pelo governo.

Atualmente, todos os meses mais de 1/5 da renda das famílias já está comprometida com o pagamento de dívidas bancárias. Neste caso, essa fatia saltou de 18%, em janeiro de 2008, para 22% em fevereiro último. Um percentual muito elevado, segundo economistas, já que o consumidor ainda tem despesas com educação, habitação, transporte, saúde e alimentação. Quanto à inadimplência, em março, a taxa - que considera atrasos acima de 90 dias - chegava a R$ 38,85 bilhões.

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