Na classe C - renda de R$ 1.555 a R$ 3.110 -, os
débitos alcançam 60% Crédito: PEDRO REVILLION / CP
MEMÓRIA
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Rio - No momento em que o governo tenta conter novamente o
fraco desempenho da economia pelo consumo, o peso das dívidas antigas alcança
valores recordes no orçamento das famílias brasileiras. Em abril, as dívidas
financeiras representavam em média 45% da renda anual, segundo projeção do
economista Simão Silber, da Universidade de São Paulo (USP), com base em dados
do Banco Central (BC). Esse percentual era de 24,94% em janeiro de 2007 e de
35,8% no começo de 2010. "O endividamento das famílias aumentou bastante. A
questão é que o maior acesso a crédito no Brasil é acompanhado por taxas de
juros ainda elevadas, o que significa um perfil de endividamento que não é
saudável. Isso gera a armadilha da dívida", ressalta o professor de Economia da
Uerj Luiz Fernando de Paula. Na classe C - famílias com renda mensal de R$ 1.555
a R$ 3.110 -, as dívidas chegam a 60% da renda anual. "As pessoas vão se
estrangulando e ficam presas aos bancos", ressalta, admitindo que há risco de
aumento de inadimplência por causa das medidas de estímulo ao consumo anunciadas
pelo governo.
Atualmente, todos os meses mais de 1/5 da renda das
famílias já está comprometida com o pagamento de dívidas bancárias. Neste caso,
essa fatia saltou de 18%, em janeiro de 2008, para 22% em fevereiro último. Um
percentual muito elevado, segundo economistas, já que o consumidor ainda tem
despesas com educação, habitação, transporte, saúde e alimentação. Quanto à
inadimplência, em março, a taxa - que considera atrasos acima de 90 dias -
chegava a R$ 38,85 bilhões.
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