domingo, 6 de maio de 2012

Foco do país é juro baixo

Governo trabalha por recuos mais significativos


O governo federal entrou oficialmente na luta que já vinha sendo travada há anos pelos empresários a favor da redução dos juros bancários. O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff fazendo cobranças a instituições privadas deve gerar impactos positivos. Segundo especialistas, há uma margem considerável que pode ser reduzida.

Para o economista do Conselho Federal de Economia Décio Pizzato, com a medida o governo está dando um estímulo à economia, mas também está se beneficiando. Isso porque a redução contínua dos juros faz com que o país consiga se apresentar melhor no cenário internacional e também permite a utilização de taxas mais baixas no momento de negociar a dívida pública, que é superior a 1 trilhão de dólares. "A queda dos juros e o controle da inflação são dois fatores que influenciam diretamente neste cálculo. Então, o governo também está atuando a seu favor."

Na avaliação do presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon/RS), Geraldo Rodrigues Fonseca, existe espaço para a redução nas taxas. "Apenas as taxas normais já cobrem todo o gasto do funcionamento das instituições bancárias. Assim, há esse espaço para redução. Além disso, a redução dos juros viabiliza maior circulação de dinheiro no mercado e pode reduzir o endividamento das famílias", explicou. Isso fica mais evidente se levarmos em conta a possibilidade de as pessoas poderem renegociar as dívidas antigas, com taxas menores, diminuindo o comprometimento das finanças.

Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Alex Leonardi, ainda é um momento de cautela sobre o impacto que essa redução, pontual em alguns serviços, trará. Ele alertou que é preciso verificar sua aplicação e que há receio de que a redução em algumas tarifas venha acompanhada por mais obrigações ao cliente.

Segundo o Dieese, os juros no Brasil são extremamente elevados se comparados a outros países. Em janeiro de 2012, o volume de crédito no Brasil alcançou 48,8% em relação ao PIB, dobrando a participação frente ao que representava em janeiro de 2004.


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