terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Despesa familiar mudou

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que gasto com alimentos perde força no orçamento

 Adquirir um carro é um dos projetos dos consumidores de menor poder aquisitivo, segundo economista da FGV<br /><b>Crédito: </b>  pedro revillion / cp memória
Adquirir um carro é um dos projetos dos consumidores de menor poder aquisitivo, segundo economista da FGV
Crédito: pedro revillion / cp memória
 
São Paulo - A ascensão da classe C e a expansão do crédito na última década tiveram como consequência profundas mudanças nas despesas do orçamento familiar. A modificação foi detectada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na atualização de ponderação dos itens componentes da família dos Índices de Preços ao Consumidor (IPCs), que apuram a inflação no varejo. A atualização de ponderação entra em vigor em fevereiro e leva em conta o novo perfil do consumidor apurado pelo IBGE na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. Para André Braz, economista da FGV, esses fatores explicam, por exemplo, a perda de força nos gastos com alimentos e o aumento de interesse em comprar carros, apurados pela fundação.

Embora tenha ressaltado que os IPCs abrangem as famílias em diferentes classes sociais, com renda até 33 salários mínimos mensais, Braz considerou que o consumidor de menor poder aquisitivo pode ter ajudado a impulsionar as mudanças. "Com o aumento de renda do trabalhador, na última década, o consumidor mais pobre desloca os seus gastos para outros tipos de consumo", acrescentou. No caso do crédito, a maior disponibilidade de financiamentos ajudou a elevar o potencial de compras de carros do brasileiro.

"Agora, com o novo peso de veículos no cálculo da inflação do varejo, para cada 1% de aumento em veículos no varejo isso vai impactar positivamente em 0,06 ponto porcentual os IPCs", afirmou. Na formação dos Índices Gerais de Preços (IGPs), indicadores nos quais os IPCs representam 30%, a atualização da ponderação vai contribuir para uma taxa de inflação menos intensa em 12 meses ao longo de 2012 na família dos IGPs. Isso porque itens que aumentarão a participação no cálculo da inflação varejista, como bens duráveis, não mostram sinais de elevação expressiva de preços.

Ao mesmo tempo, houve diminuição de importância da inflação em segmentos que costumam mostrar aumento todos os anos, tendo em vista reajustes programados de alguns de seus subitens, como educação, sempre pressionado por reajustes em mensalidades escolares.


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