quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Terraço vira cobertura particular

Faz parte do trabalho do assessor imobiliário Carlos Priotto, proprietário da imobiliária Alto da Bronze, no Centro Histórico de Porto Alegre, acompanhar reuniões de condomínio onde, às vezes, consta na pauta a discussão de um curioso item: cedência do terraço para o proprietário do apartamento do último andar, desde que este arque com reformas essenciais e urgentes do prédio.

Isso é algo recorrente em vários edifícios antigos da cidade, comenta o consultor imobiliário. Priotto explica como funciona o processo: geralmente em um imóvel antigo, a área coletiva acima do último andar, de uso comum e patrimônio de todos os proprietários, necessita de manutenção como a troca da fiação elétrica, do elevador, nova pintura, reformas no telhado, e outros problemas.

O morador do último andar se propõe a bancar as reformas desde que os demais proprietários passem para ele a reserva de direito de uso exclusivo daquele espaço, onde ele poderá expandir seu apartamento e contar com novas benfeitorias. "Ele passará a ter um apartamento de cobertura. É fundamental que isso seja aprovado antes por uma assembleia de condomínio, é claro", ressalta.

Assim como em outros edifícios, o morador passará a pagar uma taxa de condomínio maior, proporcional ao tamanho do seu imóvel, que aumentou. Há casos, conta Priotto, em que o proprietário do último andar se apropria de uma área do terraço de uso comum, constrói seu anexo e depois, geralmente ao ser denunciado, leva o assunto para a reunião de condomínio. Se os vizinhos não aprovarem a sua ousadia, terá que desmanchar o que fez.


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